O conselho gestor do Cruzeiro – responsável por comandar o clube em meio à maior crise da sua história – elaborou um relatório que disseca a atual situação da Raposa e projeta 23 medidas emergenciais que devem ser adotadas para dar continuidade ao processo de reconstrução da instituição.
De acordo com uma matéria veiculada pelo Globoesporte.com, que teve acesso ao documento, o núcleo que vem gerindo o clube após a renúncia do ex-presidente Wagner Pires de Sá e de seus dois vices, Hermínio Lemos e Ronaldo Granta, identificou uma série de problemas em vários setores e indicou medidas a serem adotadas de imediato para ajudar a sanar a grave crise financeira que a Raposa atravessa.
Os atuais mandatários do Cruzeiro afirmam que a agremiação tem uma “estrutura organizacional disfuncional” e com “graves falhas que acarretam sucessivos problemas em todos os seus processos”.
Entre as soluções apontadas pelo conselho gestor estão a necessidade da redução de 45% do atual quadro de funcionários (passando de 533 para 295 colaboradores), o que faria com que o custo com a folha mensal administrativa caia de R$ 4,5 milhões para R$ 1,6 milhões.
O enxugamento da folha de pagamento do departamento de futebol, de R$ 16,1 milhões para R$ 3 milhões por mês, e a limitação das despesas operacionais mensais para R$ 1,1 milhão também são outros pontos considerados fundamentais pelo núcleo gestor.
Lembrando que tais medidas já vêm sendo adotadas desde o início da temporada, quando o clube já promoveu uma série de demissões na área administrativa, além de buscar acordos com os jogadores que recebem acima do teto estipulado para essa temporada, que é de R$ 150 mil.
Uma das soluções apontadas no documento para que o clube consiga levantar recursos é a venda dos imóveis da Toca da Raposa I, do Barro Preto e da Campestre Pampulha, que possibilitariam a quitação de R$ 300 milhões em dívidas.
A captação de R$ 80 milhões em vendas de atletas é apontada como necessária para o pagamento de débitos a curto prazo, o que daria uma sobrevida ao clube.
O contrato com a Adidas também está na pauta do relatório. Segundo os gestores, a criação de uma marca própria de material esportivo poderia acrescentar uma receita de R$ 25 milhões a R$ 30 milhões ao clube, nesta temporada.
Isso porque, a diretoria atual entende que o contrato com a empresa alemã é altamente desfavorável para a Raposa.