Por EM
Morreu, na manhã desta quarta-feira (15/01), mais uma vítima com suspeita de síndrome nefroneural, doença investigada por suspeita de contaminação por dietilenoglicol, substância encontrada em garrafas da cerveja Belorizontina, da Backer, fabricada na capital. A informação foi confirmada pela Polícia Civil. A vítima é Antônio Márcio Quintão de Freitas, de 76 anos, como apurou a reportagem do Estado de Minas.
Segundo a instituição, o paciente estava internado no Hospital Mater Dei, em Belo Horizonte. O corpo será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML). A polícia afirma que trata-se da segunda vítima confirmada oficialmente. A morte de uma mulher em Pompéu, no Centro-Oeste de Minas, foi notificada pela prefeitura local, mas ainda não foi contabilizada.
No Mater Dei, ainda há outro paciente internado em estado grave, no Centro de Terapia Intensivo (CTI). É um homem que bebeu a cerveja Belorizontina. A instituição não divulga o nome do paciente.
De acordo com a médica infectologista e Coordenadora do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar da Rede Mater Dei de Saúde, Silvana de Barros, o quadro clínico do homem é delicado. “O tratamento de intoxicação é sempre complexo, estamos fazendo o máximo”, afirmou a médica.
Hoje, a Polícia Civil também informou que que o número de casos notificados subiu para 18, mas não informou qual a origem do último. Do total, quatro deram positivo para contaminação pelo dietilenoglicol. Das duas mortes, apenas a primeira teve a confirmação da presença da substância no sangue da vítima. O de Antônio ainda depende de exames.
Em amostras da bebida, a polícia detectou a presença de dietilenoglicol, causador da síndrome nefoneural. Nesta quarta, foi notificado um caso suspeito em Araxá, que ainda não entrou na lista da Secretaria de Estado de Saúde.
Análises feitas pela própria Backer atestaram a presença da substância em garrafas da Belorizontina, uma das 22 marcas da cervejaria.
O dietilenoglicol é usado no processo de resfriamento de cerveja. Mas a Backer garante nunca que usou o produto.
Agentes da Polícia Civil de Minas e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) voltaram ontem à fábrica da cervejaria, no Bairro Olhos D’Água, na Região Oeste de BH, para dar sequência às perícias iniciadas na semana passada.
Enquanto isso, a Vigilância Sanitária da capital continua recebendo garrafas de Belorizontina de consumidores. Ontem, foram 385. Com 183 da véspera, total chegou a 568.