A contagem regressiva para o Brexit entrou em seu momento crucial e agora é a vez dos europeus deitarem no divã. Às onze horas da noite do próximo dia 31 o bloco irá perder sua terceira maior economia e um dos membros mais influentes politicamente.
O momento histórico é também um alerta importante para a União Europeia – um wake up call, como eles dizem em inglês. A avaliação é da chanceler alemã, Angela Merkel, que concedeu uma longa entrevista para o jornal Financial Times divulgada nesta quinta.
A conservadora também está com seus dias contados no poder, mas parece preocupada com o futuro de seu país — a Alemanha — diante da nova conjuntura.
Os Estados Unidos vem reduzindo seus interesses no continente europeu sistematicamente. Mais importante que isso – a Casa Branca questiona de forma veemente o multilateralismo que Merkel incorporou em seus quatro mandatos.
Para a alemã, Donald Trump está correto em questionar a estrutura de órgãos como OMC, ONU e OTAN. Merkel, no entanto, segue acreditando que os países precisam trabalhar em conjunto e que as instituições podem ser reformadas.
A chanceler reconhece que embora tenha a economia mais rica da Europa, sozinha a Alemanha não é capaz de influenciar ninguém. Até por isso ela considera a União Europeia como o seguro de vida de seu país.
A líder de Berlim insiste que é preciso seguir reformando o bloco para torná-lo mais atraente, inovador e competitivo. Até porque, a partir de fevereiro, os europeus terão um competidor de peso do outro lado do Canal da Mancha.
Uma situação que o continente não vivia há algumas gerações.