Os feriados nacionais ao longo do ano de 2020 devem causar um prejuízo de R$ 19,6 bilhões ao comércio varejista este ano, calculou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Este ano terá mais feriados nacionais em dias úteis do que no ano passado. Em 2019, o comércio varejista e atacadista teve um prejuízo de R$ 17,4 bilhões com os feriados nacionais.
“Embora tenda a favorecer atividades econômicas específicas como aquelas típicas do turismo, para a maioria dos demais setores da economia a maior incidência de feriados em dias normalmente úteis tende a gerar prejuízos por conta da queda do nível de atividade ou pela elevação dos custos de operação”, explicou o economista Fabio Bentes, em relatório.
A CNC estima que haja uma queda de 8,4% na lucratividade do comércio a cada feriado. Os setores e regiões com maior peso da folha de pagamentos em relação ao faturamento tendem a ser mais afetados.
No ano passado, o feriado de Tiradentes caiu num domingo, enquanto as celebrações da Independência, Nossa Senhora Aparecida e Finados ocorreram aos sábados, dia de meio expediente no comércio. Em 2020, todos esses feriados ocorrerão em dias úteis para o comércio. A CNC lembra que apenas o feriado da Proclamação da República passou de uma sexta-feira em 2019 para um domingo em 2020.
“Por mais que as vendas possam ser parcialmente compensadas nos dias imediatamente anteriores ou posteriores aos feriados, em virtude do fechamento das lojas ou da diminuição do fluxo de consumidores, o peso relativamente elevado da folha de pagamentos na atividade comercial é a principal fonte dos prejuízos impostos pelos feriados, comprimindo as margens de operação do setor”, explicou Bentes, na nota.
Os segmentos de supermercados, lojas de utilidades domésticas e estabelecimentos de vestuário e calçados respondem, juntos, por 56% do emprego no comércio varejista brasileiro. Os três setores também terão as maiores perdas com os feriados este ano: o prejuízo nos supermercados será de R$ 7,2 bilhões; no segmento de artigos de uso pessoal e doméstico, R$ 3 bilhões; e no ramo de vestuário e calçados, R$ 2,4 bilhões.
Mais da metade das perdas estimadas ficará nos estados de São Paulo (R$ 5,6 bilhões), Minas (R$ 2 bilhões), Rio de Janeiro (R$ 2 bilhões) e Paraná (R$ 1,4 bilhão).