O Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou na segunda-feira (27/01), sem restrições, a compra de parte da Embraer pela Boeing.
A autarquia concluiu que as empresas não concorrem nos mesmos mercados e que “não há risco de problemas concorrenciais decorrentes da aquisição”. O despacho de aprovação do ato de concentração foi assinado hoje.
Duas transações
Segundo informações divulgadas no site do Cade, a operação — anunciada em julho de 2018 — prevê duas transações. Uma delas consiste na aquisição pela Boeing de 80% do capital do negócio de aviação comercial da Embraer, que engloba a produção de aeronaves regionais e comerciais de grande porte (Operação Comercial). A segunda trata da criação de uma joint venture entre Boeing e Embraer voltada para a produção da aeronave de transporte militar KC-390, com participações de 49% e 51%, respectivamente (Operação de Defesa).
O Cade concluiu que a operação resultará em benefícios para a Embraer, que passará a ser um parceiro estratégico da Boeing. Dessa maneira, a divisão que permanece na Embraer – aviação executiva e de defesa – contará com maior cooperação tecnológica e comercial da Boeing. Além disso, os investimentos mais pesados da divisão comercial, que possui forte concorrência com a Airbus, ficarão a cargo da Boeing.