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Depois que o novo coronavírus se tornou o problema de saúde pública mundial, as secretarias da área de Minas Gerais (SES/MG) e de Belo Horizonte (SMSA) criaram planos de contingência para lidar com eventuais pacientes com suspeita da enfermidade respiratória, cujo o surgimento ocorreu na cidade de Wuhan, na China, onde a maioria dos casos está concentrada. Seis hospitais – dois deles na capital – foram selecionados como referência para o encaminhamento de eventuais casos suspeitos da doença.
A estratégia da capital mineira é alinhado de acordo com o protocolo adotado pelo governo estadual. O documento da SES/MG tem 14 páginas e traz informações sobre como os profissionais de saúde e os pacientes devem se comportar em caso de suspeita da doença. A principal orientação de BH para quem esteve na China em até 14 dias antes do aparecimento dos sintomas – febre seguida por dificuldades respiratórias, como tosse, limitação para respirar, batimento das asas nasais etc. – é que se dirija a uma unidade médica já com máscara ou lenço. É importante também que o paciente se identifique desde a entrada no equipamento de saúde pública para que se evite a proliferação do vírus.
Em âmbito estadual, a
Secretaria de Saúde indica que a equipe médica forneça máscara cirúrgica para o paciente e o conduza para uma sala isolada de imediato. Para os profissionais de saúde que vão prestar atendimento, a pasta alerta para a necessidade de utilizar proteção para aerossóis e precauções de contato, isto é, o uso de máscara respiratória, proteção ocular, luvas, gorro e jaleco descartável. Todo equipamento de proteção individual deverá ser descartado após a utilização, com exceção da proteção ocular. Nos casos suspeitos, o médico responsável deve notificar o quadro clínico ao Centro de Informações Estratégicas em Vigilância a Saúde (Cievs) de BH, quando for na capital mineira, ou o Cievs do estado quando a situação se voltar a um morador do interior.
Hospitais
Em todos os casos, o paciente deve ser dirigido ao hospital de referência para tratamento de doenças como o novo coronavírus. Ontem, uma reunião entre as autoridades de saúde definiu, entre outras coisas, quais as unidades de referência em Minas. Na capital mineira, onde essa definição já havia sido tomada antes, são duas alternativas: os hospitais Eduardo de Menezes (Rua Dr. Cristiano Rezende, 2213 – Bonsucesso, Barreiro), para adultos; e João Paulo II (Alameda Ezequiel Dias, 345 – Centro), para crianças. Segundo a Saúde de BH, a prefeitura “mantém o trabalho de vigilância epidemiológica contínuo e conta com um plano de contingência que pode ser ativado se necessário, com abertura de serviços e leitos específicos” para atender os pacientes com suspeita ou diagnóstico de coronavírus. Por ora, não há reforço de efetivo, pois não há nenhum caso suspeito ou confirmado da doença em Belo Horizonte.
Além das instituições de BH, outros quatro hospitais, do interior, são consideradas como referência para enfrentar o novo coronavírus. No Sul de Minas, a unidade preparada é o Hospital Samuel Libânio, em Pouso Alegre. No Triângulo Mineiro, o Hospital das Clínicas de Uberlândia, enquanto na Zona da Mata a unidade padronizada é o Hospital Regional João Penido, de Juiz de Fora. O Hospital Márcio Cunha, de Ipatinga, também está na lista da Saúde estadual. A pasta ressaltou, no entanto, que essa relação pode se alterar caso a situação epidemiológica se altere no mundo ou a demanda aumente em Minas.
A definição de caso suspeito para o novo coronavírus passa por três situações: pacientes que apresentaram os sintomas depois de passarem pela China; pessoas que tiveram contato próximo com alguém que tem suspeita da doença; profissionais de saúde que tiveram contato próximo com um caso confirmado da enfermidade respiratória em laboratório.
Vale ressaltar que a transmissibilidade da doença é, em média, de sete dias após o aparecimento dos sintomas. No entanto, dados preliminares do novo coronavírus sugerem que a transmissão pode ocorrer sem o aparecimento de sinais e sintomas.
Histórico
Em Minas Gerais, dois casos suspeitos da doença já foram descartados, ambos em mulheres que estiveram na China. A primeira suspeição foi registrada em 21 de janeiro, quando uma mulher de 35 anos deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento Centro-Sul, no Santa Efigênia, com os sintomas da enfermidade. Ela esteve em um evento em Xangai e chegou a ser conduzida ao Hospital Eduardo de Menezes. Porém, o caso foi removido da lista de investigados.
O outro caso suspeito descartado envolveu uma jovem de 22 anos. Ela também esteve na China, na região que é o epicentro da doença, e teve febre quando retornou ao Brasil. Ela continua internada no Hospital Eduardo de Menezes, mas não está com o coronavírus, conforme apontaram três testes de amostras colhidas da paciente.