GE
Matheus Cunha foi a estrela do jogo contra a Argentina, que garantiu a passagem do Brasil para a Olimpíada de Tóquio. Foram dois gols e muita movimentação, para confundir a defesa adversária.
Há quanto tempo o Brasil não forma um centroavante? Virou o país dos sem centroavantes, mas só vai a Tóquio, por causa de um grande centroavante.
Matheus Cunha lembra Élber, mas tem a vantagem de ter sido goleador do Pré-Olímpico em que classificou a seleção brasileira, enquanto Élber disputou o Pré-Olímpico de 1992, em que o Brasil foi eliminado com uma derrota para a Venezuela.
Élber seguiu para o Milan, foi emprestado ao Grasshoppers, da Suíça, jogou no Stuttgart e foi campeão da Liga dos Campeões pelo Bayern.
Lá, ensinou os alemães a respeitarem centroavantes brasileiros. Depois de sua passagem, os alemães passaram a reverenciá-lo e também criaram jogadores especiais, como Lewandowski e, recentemente, Haaland.
Matheus Cunha é da mesma estirpe. Saiu de João Pessoa, onde nasceu, para brilhar no Coritiba e, de lá, para o Leipzig. Por causa da concorrência com Timo Werner, jogou poucas partidas.
Mas, quando jogou…. Que gol marcou contra o Bayer Leverkusen. Concorreu ao prêmio Puskas, pelo gol mais bonito do ano passado. Não ganhou.
Também, não é de fazer gols bonitos. Prefere os de oportunismo, como os dois contra a Argentina e ajudou o Brasil a chegar a Tóquio.
Resta agora ao Brasil ter paciência com Matheus Cunha. A mesma que não teve com Élber, que nunca fez sucesso pelo Brasil em Copas do Mundo.