Uma noite que entrou para a história do cinema mundial: contra todos os prognósticos, a produção sul-coreana “Parasita” levou o Oscar principal, conquistando um feito inédito na trajetória de 92 anos da premiação. É a primeira vez que um filme de língua não-inlgesa leva para casa a cobiçada estatueta.
Se já não bastasse ganhar como melhor filme, quando as bolsas de apostas apontavam para o drama de guerra “1917”, a produção de Bong Joon-Ho se tornou o primeiro caso em que a mesma obra ganha os troféus de melhor filme internacional e melhor filme.
“Parasita” também foi o maior vencedor, com quatro Oscar, deixando para trás “1917” (com três), “Coringa”, que era o longa com mais indicações, concorrendo em 11 categorias, “Ford vs. Ferrari” e “Era uma Vez em Hollywood”, cada um com duas estatuetas. O sul-coreano também recebeu o de melhor direção e roteiro original. Todos eles para Joon-Ho.
Dos nove indicados, apenas um saiu de mãos abanando: “O Irlandês”, de Martin Scorsese, produzido para a Netfilx.
Do ponto de vista artístico, o Oscar foi para as mãos certas. Tecnicamente muito bem feito, com um elenco afiado, o longa tem um texto maravilhoso, promovendo o encontro de duas famílias para discutir a questão da desigualdade social.
A surpresa está na maneira como a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles parece apontar para uma mudança de rota, em que antes deixava de ver o que estava sendo feito fora dos Estdos Unidos para premiar a própria indústria.
Não houve nenhuma injustiça na edição deste ano. Brad Pitt, Joaquin Phoenix, Laura Dern e Renée Zelwegger confirmaram o favoritismo na categoria de interpretação. Nem mesmo a derrota do brasileiro “Democracia em Vertigem”, da mineira Petra Costa, já que o ganhador “Indústria Americana” vinha de uma temporada de muitos prêmios.