A Comissão Europeia disse hoje (26) que o novo coronavírus já afeta a economia europeia, especificamente devido à influência da China nos mercados da região, mas adiantou não ser ainda possível fazer uma “previsão séria” sobre esse impacto.
“Os acontecimentos recentes apontam para uma materialização parcial desse risco, por isso teremos um impacto, tendo em conta que a China representa 18% do PIB [produto interno bruto] mundial, mas ainda não é possível fazer uma previsão séria”, declarou o comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, conferência de imprensa em Bruxelas.
Discursando na apresentação do pacote de inverno da Comissão Europeia do semestre europeu, que inclui análises macroeconômicas dos 27 Estados-membros da União Europeia (UE), Gentiloni disse que o surto do Covid-19 “está evoluindo dia após dia”, e está sendo monitorado pelos serviços técnicos de Economia do executivo do bloco.
“A única certeza que temos é de que vamos ter impacto econômico” do coronavírus na economia europeia e “existe alguma preocupação” relativamente a isso, admitiu Paolo Gentiloni.
Porém, insistiu: “Quantificar isso com previsões não é algo que vamos fazer para já”.
As bolsas europeias estão operando hoje no vermelho, pressionadas pelo surto da doença, com as suas consequências econômicas dominando a atenção dos investidores.
Com o surto do coronavírus, os investidores têm cada vez mais depositado os seus ativos em ouro, em uma tentativa de evitar exposição a ativos de risco.
O balanço provisório da epidemia do coronavírus Covid-19 é de pelo menos 2.763 mortos e cerca de 81 mil infectados, de acordo com dados reportados por mais de 40 países e territórios.
Das pessoas infectadas, quase 30 mil se recuperaram.
Além dos mais de 2,7 mil mortos na China, onde o surto começou no final do ano passado, há registro de mortes no Irã, Coreia do Sul, Itália, Japão, Filipinas, França e Taiwan.
OMS
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto do Covid-19 como uma emergência de saúde pública internacional e alertou para uma eventual pandemia, após um aumento repentino de casos na Itália, Coreia do Sul e Irã nos últimos dias.
Em Portugal, já houve 17 casos suspeitos, que resultaram negativos após análises.
O único caso conhecido de um português infectado pelo novo vírus é o de um tripulante de um navio de cruzeiros que foi internado num hospital da cidade japonesa de Okazaki, situada a cerca de 300 quilômetros a sudoeste de Tóquio.