O papa Francisco cancelou ontem (29) os compromissos públicos oficiais pelo terceiro dia consecutivo alegando uma “ligeira indisposição”, segundo informação do Vaticano.
O chefe da igreja católica, de 83 anos, que retirou parte de um pulmão devido a uma doença respiratória na juventude, nunca cancelou tantas audiências oficiais e eventos durante os sete anos que já leva o seu pontificado.
De acordo com o gabinete de imprensa do Vaticano, o papa vai continuar trabalhando na residência de Santa Marta e recebendo pessoas reservadamente.
Durante a manhã de hoje, ele recebeu o chefe do gabinete dos bispos do Vaticano, o arcebispo da Ucrânia e os embaixadores do Líbano e da França.
Foram canceladas duas audiências oficiais no Palácio Apostólico, uma com uma organização internacional de bioética e outra com membros da ordem religiosa Legião de Cristo.
Na segunda-feira, Francisco deverá deixar o Vaticano, juntamente com funcionários da Santa Sé, para uma semana de exercícios espirituais no campo, no habitual retiro anual de início da Quaresma.
Tosse
O papa apareceu pela última vez em público na quarta-feira, quando foi visto tossindo e assoando durante a missa de Quarta-Feira de Cinzas, levantando suspeitas de que padece de uma constipação (alteração do trânsito intestinal, gerando retenção das fezes ou dificuldade na sua evacuação; prisão de ventre, copróstase, coprostasia.)
No dia seguinte, cancelou uma missa e, na sexta-feira, a audiência com os participantes de uma conferência sobre inteligência artificial no Vaticano.
O Vaticano esclareceu que o papa celebrou missa todas as manhãs, tendo recebido cumprimentos dos fiéis no final e passando depois o resto dos dias trabalhando.
A natureza da doença do papa não foi revelada, com o Vaticano dizendo apenas que ele teve “uma ligeira indisposição”.
A doença de Francisco surge quando a Itália está em alerta máximo por causa da epidemia do coronavírus, que já afetou mais de 800 pessoas, a maioria no norte do país.