*Por BandNews
Parte dos moradores afetados pelo crime da Vale em Brumadinho denuncia que foram desapropriados dos terrenos sem aviso prévio e sem ouvir um proposta sequer da mineradora, dona da barragem que rompeu e matou centenas de pessoas no ano passado. A comunidade de Almorreimas fica a cerca de dois quilômetros do local da tragédia.
A Copasa, a Companhia de Saneamento de Minas, diz que precisava dos terrenos para construir um novo ponto de captação de água no Rio Paraopeba, um dos responsáveis por abastecer a Grande BH. As obras estão sendo pagas pela Vale como forma de reparação pelo rompimento, após um acordo assinado entre a mineradora e o Ministério Público Estadual.
A empresa afirma que a negociação sobre os terrenos é de competência da Vale, que diz ter tentado negociar com todos moradores. O mesmo foi dito pela empresa do estado. A moradora, Claudia Saraiva, conta versão bem diferente. Ela diz que foi procurada só depois que já tinha sido retirada do terreno. Segundo a ouvinte da BandNews FM, o Governo Mineiro desapropriou tudo que estava em uma área de 32 mil metros.
Desde então, os moradores estão proibidos de entrar nos terrenos, que eram utilizados para plantar milho, feijão, além de pastagem para o gado. Essas mesmas obras da Vale foram suspensas após a mineradora ser suspeita de derrubar um muro de pedras histórico, de mais de 100 anos, que é considerado patrimônio arqueológico e cultural do Estado.
Nessa quinta-feira, 5, após uma reunião com a Vale e o Ministério Público, o mesmo Iphan, que tinha embargado as obras,disse que autorizou a derrubada do muro. O órgão ainda autorizou a continuidade das obras, como explica Matheus Guerra, o Superintendente do Iphan, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais. Embora o Iphan tenha dito que divulgou a reunião, nenhum atingido participou do encontro. Emocionada, a moradora Claudia Saraiva conta que o sentimento é de indignação.
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