O primeiro caso de coronavírus confirmado em Minas Gerais, de uma mulher de 47 anos moradora de Divinópolis, na região Centro-Oeste de Minas, indica novas ações para o futuro. A primeira delas será o preparo para que todos os hospitais públicos de Minas se adequem para receber infectados.
A medida é necessária pois o governo acredita ser questão de tempo para que haja novos casos, principalmente com a chegada do período mais frio, no meio do ano.
Segundo o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, apesar de ainda não ter havido transmissão interna, o aumento de notificações é esperado e, por isso, não há mais que se falar em hospitais específicos para isolamento de pacientes, mas em preparar toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS).
“No momento inicial nós tínhamos hospitais de referência. A tendência agora é que com o aumento dos casos, o crescimento das notificações, perde-se um pouco essa ideia de só ter os hospitais de referência. Nós devemos ampliar a rede”, afirmou.
Minas Gerais tem hoje 480 hospitais vinculados ao SUS. Até o momento, 12 unidades de referência estão destacadas para acompanhar casos do Covid-19.
Até o momento, Minas tem 161 casos em investigação, segundo a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG). Outros 28 foram descartados.
Monitoramento
“Ainda não é momento para monitoramento de todos os voos que vieram de aeroportos. Por enquanto, seguimos a diretriz do Ministério da Saúde, acompanhando apenas os casos de pessoas com sintomas vindas de países na lista do governo federal”, explicou Dário Brock Ramalho, subsecretário de Vigilância em Saúde do Estado.
Outras duas medidas serão tomadas para tentar agilizar o atendimento na rede de saúde. A campanha de vacinação por H1N1 deve ser antecipada para o próximo dia 23.
A diretriz será formalizada pelo Ministério da Saúde, mas a tendência é que a imunização priorize idosos e ocorra até 23/5, com um dia D ocorrendo no dia 9/5.
A partir de agora, os exames laboratoriais, que antes eram confirmados pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), no Rio de Janeiro, ficam a cargo da Fundação Ezequiel Dias (Funed), em BH.
Além disso, o Estado diz que vai agilizar o envio do decreto de emergência em saúde pública para a Defesa Civil nacional, para a compra de insumos e equipamentos para contenção do vírus e para tratamento de infectados.
Divinópolis
Na cidade de Divinópolis, onde vive a mulher com infecção confirmada, a estratégia é mantê-la isolada em casa. As pessoas que estiveram com ela, tanto em BH quanto Divinópolis, e também pessoas que estavam no voo vindo de Lisboa, estão sendo acompanhadas.