G1
O dólar fechou queda nesta terça-feira (10/03), dando um alívio ao câmbio após a forte turbulência dos mercados na véspera, em meio à recuperação dos preços do petróleo e à sinalização de medidas de estímulos pelo mundo para combater o impacto econômico do coronavírus.
A moeda norte-americana encerrou o dia vendida a R$ 4,6447, em queda de 1,77%. Na mínima até o momento recuou a R$ 4,6345. Veja mais cotações.
Na segunda-feira, o dólar disparou 2,03% e marcou novo recorde de fechamento nominal (sem considerar a inflação), a R$ 4,7282. Na máxima, chegou a R$ 4,7921. Foi a maior alta desde 6 de novembro do ano passado. No ano, o dólar passou a acumular alta de 17,92%.
A atuação do Banco Central (BC) ajudou a atenuar a cotação da moeda norte-americana frente ao real. O BC fez nesta manhã mais um leilão de dólar à vista, oferecendo US$ 2 bilhões, em mais um dia de atuação no mercado em uma tentativa de conter a disparada da moeda. Na véspera, a autoridade monetária vendeu US$ 3,465 bilhões em moeda spot. Foi o maior volume a ser liquidado em um mesmo dia desde pelo menos 11 de maio de 2009.
Já o Ibovespa fechou em alta de 7,14% nesta terça, após desabar 12% na véspera.
A pressão recente e contínua sobre o real – que caiu em 13 das últimas 14 sessões – levou o Banco Central e o Tesouro Nacional a anunciarem medidas, o que ajudava a frear a disparada da moeda norte-americana.
Os investidores seguem monitorando as sinalizações do Banco Central sobre um eventual novo corte nas taxas de juros. A redução da Selic a mínimas históricas é, segundo analistas, um dos motivos que explicam o atual patamar do câmbio, já que diminuiu o rendimento de investimentos atrelados à taxa de juros, tornando-os menos atraentes e prejudicando a entrada de fluxo no Brasil.
Preços do petróleo
No mercado de commodities, os preços do petróleo fecharam em alta nesta terça, após a derrocada na véspera, quando os contratos recuaram 25%, na maior queda em quase 30 anos, depois que a Arábia Saudita cortou o valor de venda do barril e indicou o início de uma guerra de preços entre os grandes produtores.
A recuperação se deve em parte às esperanças de estímulo monetário de grandes potências mundiais como forma de driblar os impasses econômicos do coronavírus.
O Japão divulgou nesta terça-feira um segundo pacote de medidas no valor de US$ 4 bilhões em gastos para lidar com as consequências do surto, com foco no apoio a pequenas e médias empresas.
Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu um passo “importante” na segunda-feira e disse que discutirá um corte nos impostos sobre os salários com os republicanos do Congresso.