O ex-jogador Ronaldinho Gaúcho e o irmão, Roberto Assis, seguem presos no Paraguai após entrarem no país com passaportes adulterados. A polícia investiga o caso e, enquanto isso, ambos seguem detidos no complexo penitenciário Agrupación Especializada da Polícia Nacional do Paraguai.
Para tentar entender a situação do craque, a Itatiaia conversou com o advogado paraguaio Julio Scaroni, que é especialista na área penal, mestre em direito esportivo e que trabalhou por 10 anos no Ministério Público do Paraguai.
De acordo com o advogado, Ronaldinho não deve sair do Paraguai enquanto não conseguir uma ação favorável no processo, que demora seis meses para ser finalizado.
“Eu acho muito difícil ele voltar para o Brasil. A legislação paraguaia não permite as pessoas processadas estarem em outro país. Por isso que ele deve ficar no Paraguai até que consiga alguma alternativa em relação ao processo. Isso é uma possibilidade, caso contrário, ele terá que ficar até a finalização do processo penal”, declarou.
Julio Scaroni também explicou que, se condenados, Ronaldinho e Assis podem pegar cinco anos de prisão. “As consequências de punição para os brasileiros são as mesmas do que para os paraguaios. A legislação paraguaia pune as condutas de uso ou produção de documentos não autênticos com cinco anos de prisão. Em caso de agravantes, punição de dez anos (de reclusão)”, afirmou.
No entanto, o advogado não acredita que o Ministério Público do Paraguai consiga provar que Ronaldinho teve a intenção de ludibriar o setor de imigração do país. “Acredito que vai ser muito difícil comprovar que Ronaldinho teve a intenção de enganar as autoridades do Paraguai porque ele é uma figura pública. Todo mundo sabe que ele não é paraguaio. Eu acho que ele não sabia qual era o alcance da documentação”, disse.
Ronaldinho e Assis estão presos no mesmo local do ex-presidente da Associação Paraguaia de Futebol, Ramón González Daher, acusado de lavagem de dinheiro, e do deputado Miguel Cuevas, processado por enriquecimento lícito e tráfico de influência.