Minas Gerais registra a primeira cidade a atingir o nível 2 na escala de transmissão do novo coronavírus: Divinópolis, na região Centro-Oeste. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), o município já tem suspeita de casos de proliferação local, ou seja, o paciente não viajou para outro país ou não teve contato com quem esteve no exterior, mas entrou em contato com alguém próximo que estava infectado com o Covid-19.
Quando há transmissão local, os pacientes não ficam em quarentena, mas em isolamento domiciliar por tempo indeterminado.
Atualmente, Divinópolis possui 12 casos notificados. Destes, um está confirmado (de uma mulher de 47 anos que retornou de viagem da Itália em fevereiro), dois foram descartados e outros nove seguem em análise.
A diretora de Vigilância em Saúde de Divinópolis, Janice Soares, disse que os profissionais de saúde farão a coleta de material para análise das pessoas que apresentarem os sintomas. “Divinópolis já está em fase de transmissão local. Mas é importante ressaltar, que o grupo de risco, idosos e pessoas com comorbidades precisa de uma atenção especial”, explicou.
De acordo com a diretora, não será possível coletar amostras de todas as pessoas. “Provavelmente, não haverá kits para fazer testes em toda a população devido à grande proporção. As amostras serão coletadas, mas só em pacientes sintomáticos”, disse.
A médica infectologista do Hospital São Judas e do Complexo de Saúde São João de Deus, Rosangela Franco Guedes Ferreira, pediu para as pessoas ficarem em casa e evitarem aglomerações.
“Nós precisamos estimular que as pessoas fiquem em casa e evitem exposição. Evitar encontros sociais, não é momento de festas, de confraternização. Só assim, a gente vai conseguir controlar a disseminação do vírus”, frisou.
Pacientes que pertencem ao grupo de risco (idosos, asmáticos, fumantes, diabéticos e pessoas com problemas de coração) são a maior preocupação com o contágio do coronavírus, já que podem precisar de internação.
O diretor técnico do Complexo de Saúde São João de Deus, Eduardo Gomes Mattar, afirmou ser muito importante que a rede de atenção hospitalar se organize. “As pessoas não precisam se desesperar na corrida aos hospitais. Tanto a rede pública como a privada precisam receber somente aqueles pacientes que estejam realmente com os sintomas. Só assim, conseguiremos atender todos esses casos”, reforçou.
O secretário municipal de Saúde, Amarildo Sousa, reforçou que o executivo passará a tomar medidas mais efetivas, suspendendo reuniões com maior número de pessoas. “O município agirá com rapidez no combate do coronavírus. Nesse momento delicado, não poderemos esperar por alguns prazos”. Ele ainda ressaltou que “não é um estado de pânico, e sim de alerta. É o momento de pensar em si mesmo e no outro”, destacou.