A fala do governador Romeu Zema (Novo) sobre a realização de um estudo sobre a reativação de alguns setores da economia provocou reações. Entre os médicos, a avaliação é que a retomada de alguns estabelecimentos é preocupante.
Nesta sexta-feira (27), Zema disse que o governo vai estudar, a partir da próxima semana, alternativas para reabertura de empresas de alguns setores estratégicos. A informação foi dada em uma entrevista coletiva feita pela internet
O governador citou como prioritário o setor de transportes e empresas que prestam serviços a ele, como borracharias, oficinas mecânicas e lojas de auto-peças.
O presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, Estevão Urbano, afirmou que Minas Gerais tem mantido os casos em um nível relativamente equilibrado e que a reabertura do comércio pode atrapalhar.
“Eu acho que ainda está muito precoce. Nós temos menos de 10 dias em Minas, em Belo Horizonte, está dando certo. A curva de crescimento está equilibrada. Nós estamos possivelmente evitando o caos que existe em outras cidades como São Paulo. Óbvio que existe um cota de sacrifício muito grande de todos, da sociedade em si. Mas eu acredito que, pelo menos para a próxima semana ainda seja um pouco precoce”, disse.
Urbano avalia que seriam necessárias duas ou três semanas de controle de quarentena para, então, fazer uma desmobilização progressiva.
O infectologista Carlos Starling declarou que a ideia de reabrir o comércio não corresponde ao que o próprio Ministério da Saúde tem orientado.
“Nós sabemos que o isolamento social é a forma mais efetiva de reduzir o risco de uma disseminação rápida desse vírus para toda a sociedade. Para se fazer uma liberação dessa natureza, é fundamental que hajam critérios. E esse período de isolamento social inicial é fundamental para que a sociedade se prepare para um novo tipo de convívio, para que as empresas se preparem para uma nova maneira de trabalhar”, avaliou.