O advogado Sérgio Santos Rodrigues, candidato à presidência do Cruzeiro, se manifestou sobre a questão do novo Estatuto do clube. Segundo ele, a modernização é uma das metas caso seja eleito, mas não concorda com a maneira como o novo documento está sendo feito neste momento. O espaço segue aberto para todos os candidatos e atuais mandatários do Cruzeiro que queiram se posicionar.
Confira a posição de Sérgio Santos Rodrigues:
“Sou contra o Estatuto do Dalai, pois ele não pode ser feito correndo, pois precisa ser muito bem feito para que dure. Inclusive, já comecei meu trabalho sobre o novo Estatuto. Chamei três professores: Luciano Lopes, conselheiro nosso e advogado criminalista; Tiago Fantini, que é só torcedor, mas advogado na área civil; e Daniel Pardini, professor da Fumec, na área de administração. Os três têm mestrado e doutorado pela UFMG e vida prática na área de compliance e governança. O próprio Luciano falou isso para o Dalai quando ele falou de mudança de Estatuto. Ele advoga para várias empresas da Lava jato, numa blindagem de pessoa jurídica pelo Estatuto.
O estatuto não pode ser feito por ordem do presidente e pelo diretor jurídico, como está sendo feito hoje. Ele é feito para blindar o clube exatamente das pessoas que estão lá. O correto, quando você vai fazer isso numa empresa, é ouvir todos os acionistas, stakeholders, mas nunca um estatuto feito por um empregado e um presidente do clube. O que os três fizeram: já têm em mãos e estudaram os estatutos do Bahia, Grêmio, Internacional e Flamengo, que são os exemplos hoje que a gente tem, e do Real Madrid e Barcelona.
Estão ouvindo grupos de conselheiros diversos, pois mandei para todos os conselheiros abrindo para quem quiser participar. Tem até alguns torcedores participando. Eles vão fazendo vídeoconferências com essas pessoas, em grupos de cinco, seis, e falando os aspectos que deveriam mudar. Eles apresentam do ponto de vista da governança corporativa e do compliance o que é importante para proteger o clube. O Thiago Fantini, inclusive, é certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa. Ele hoje é conselheiro profissional de grandes SAs.
Eles estão fazendo este trabalho já. Fazer um Estatuto correndo, para falar fizemos? Não acho que este é o grande problema do Cruzeiro hoje. Acredito que o Baroni e o Ronaldo devem ter os programas deles, assim como tenho o meu, e já falei publicamente sobre meu compromisso da modernização. Se eu propuser e não cumprir, é o caso do político que não cumpre. Vou tomar porrada. Mas não é meu caso, vamos cumprir.
Sou contra esse estatuto da forma como o Dalai tem feito. Do ponto de vista técnico, ele não pode vir por ordem do presidente, pois o estatuto tem de blindar o clube do presidente. Tanto que não estou interferindo nesses trabalhos. Os três estão tocando direto com os conselheiros, eles vão apresentar a sugestão para que no final submeta ao Conselheiro Deliberativo, para que o presidente do Conselho, seja ele quem for, vai ter na mão um projeto bem mais bacana, com base nas coisas boas que os estatutos referências têm”.