O Brasil chegou a 66.501 casos confirmados de coronavírus, de acordo com atualização do Ministério da Saúde, divulgada hoje (27). Nas últimas 24 horas foram adicionadas às estatísticas mais 4.613 pessoas infectadas, aumento de 7,5% em relação a ontem (26), quando foram registrados 61.888 mil casos confirmados.
Foi o segundo maior número de casos de contaminação em um dia, perdendo apenas para o sábado (24), quando foram acrescidos 5.514 casos ao balanço.
Já o número de mortes subiu para 4.543, com 338 novos óbitos de ontem (26) para hoje (27), um incremento de 8%. O número de novos óbitos em 24 horas ficou abaixo da quinta-feira (22), quando foram contabilizados 407. A taxa de letalidade ficou em 6,8%.
São Paulo se mantém como epicentro da pandemia no país, concentrando o maior número de mortes (1.825). O estado é seguido pelo Rio de Janeiro (677), Pernambuco (450), Ceará (284) e Amazonas (320).
Também foram registradas mortes no Maranhão (125), Pará (114), Paraná (75), Bahia (76), Minas Gerais (62), Paraíba (50), Espírito Santo (57), Santa Catarina (43), Rio Grande do Norte (45), Rio Grande do Sul (42), Alagoas (34), Distrito Federal (26), Goiás (26), Amapá (26), Piauí (20), Acre (14), Sergipe (10), Mato Grosso (10), Mato Grosso do Sul (9), Rondônia (10), Roraima (4) e Tocantins (2).
De acordo com o Ministério da Saúde, do total de casos confirmados, 30.816 estão em acompanhamento e outros 31.142 já foram recuperados. Das mortes registradas hoje, 1.136 estão em investigação.
Em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o secretário de vigilância em saúde, Wanderson de Oliveira, argumentou que o número de mortes em 24h deve levar em consideração o fato de que essas estatísticas trazem dados de casos de dias anteriores.
“Esses óbitos estão sendo encerrados. Ocorreram em momentos mais distintos, em dias anteriores. Eles representam situações em que profissionais conseguiram incluir as investigações sobre a causa. Mas não quer dizer que todos os 338 [novas mortes registradas hoje] ocorreram de ontem para hoje”, pontuou Wanderson.
Ele informou que o ministério está discutindo com os secretários estaduais o esforço para que essa alimentação de dados seja diária, e não semanal. A iniciativa pode diminuir o descompasso entre os dados. Ele citou como exemplo a diferença entre o total no sistema do Ministério da Saúde e o dos registros em cartório. Este último tem 247 mortes a mais do que o total atualizado hoje pelo ministério.
Oliveira estava na equipe do antigo ocupante da cadeira de Teich, Luiz Henrique Mandetta. Sua presença na entrevista coletiva marcou a confirmação, por enquanto, da presença dele. No evento, esteve presente também o novo secretário executivo da pasta, o general Eduardo Panzello.
Novos dados
Hoje o Ministério da Saúde publicou também o Boletim Epidemiológico 14 sobre a pandemia, em que traz dados adicionais. Entre as novas informações disponibilizadas pelo documento estão mapas de incidência por município de casos e mortes, o que revela a alta presença da covid-19 nas capitais, em especial as do sudeste, e em estados da Região Norte, mais especificamente Amazonas e Amapá.
Uma das análises considerou a incidência da covid-19 por tipo de município conforme a população. O índice cresce nas cidades menos populosas para os grandes centros urbanos, com os locais com mais de um milhão de habitantes, concentrando mais da metade dos casos (27,9 mil dos 45.772 mil). O número é menor do que o atualizado hoje pelo boletim ter sido concluído com dados de dias atrás.
Durante entrevista no Palácio do Planalto, a diferença de realidade entre os municípios foi destacada pela equipe do Ministério da Saúde para reforçar a tese de que diferentes cidades do país precisam ter tratamentos distintos em relação às políticas de distanciamento social adotadas pelas autoridades.
“O Brasil é heterogêneo. Vamos ter medidas diferentes em diferentes locais do país. Essa heterogeneidade vai ser colocada em como vamos conduzir. Às vezes vamos ter iniciativas diferentes em regiões diferentes. A gente vai buscar conhecimento em vários lugares para tentar entender o que realmente fez diferença e mudou a história da doença”, declarou o ministro Nelson Teich.
Em entrevista na semana passada, o titular da pasta havia anunciado que apresentaria novas diretrizes para que secretários municipais e estaduais definissem suas estratégias de distanciamento social. Hoje Teich ponderou que ainda busca mais informações sobre a doença e as respostas adotadas, inclusive de outros países, para formular as novas métricas.
“Ninguém vai incentivar medidas que restrinjam a contenção sem informação adequada. Vamos buscar as decisões adequadas para isso. Estamos trazendo o IBGE para nos ajudar na melhor amostra da população a ser testada. O entendimento do percentual é fundamental para entender possíveis ondas”, acrescentou o ministro.
Testes
Questionados sobre a testagem da população, a equipe o Ministério da Saúde fez um balanço. A meta anunciada na semana passada é a de adquirir até 46 milhões de testes neste ano. De acordo com Wanderson de Oliveira, 5 milhões já foram recebidos. Nos próximos três meses o objetivo é conseguir 1,5 milhão da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e 5 milhões que serão doados pela empresa Vale.
“Teste em massa não significa testar todas as pessoas, mas testar mais pessoas sobre critérios mais precisos utilizando o melhor que cada teste pode oferecer. Todos os testes têm limitações, tempo de coleta, qualidade da amostra, qualidade dos técnicos”, comentou o secretário de vigilância em saúde.
De acordo com o Painel de Leitos e Insumos do Ministério da Saúde, plataforma onde é possível conferir a distribuição desses itens, até a última atualização, dia 24, haviam sido disponibilizados 3,478 milhão de kits de testes rápidos.