O estudo foi publicado pela consultoria Aquila e se baseia em indicadores sociais, econômicos e de saúde de todos os municípios brasileiros. De acordo com os indicadores, das 853 cidades de Minas Gerais, 230 (cerca de 27%) estão em situação crítica para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.
Itabira, segundo a consultoria, se destaca na região Central do Estado, como uma das cidades preparadas para enfrentar a PANDEMIA do novo Coronavírus (Covid-19). Ao todo, o município têm 10 casos da doença, com oito pessoas em isolamento domiciliar, um caso recuperado e uma morte.
Itabira tem ainda 77 pessoas monitoradas com síndrome gripal. Sessenta casos suspeitos do Coronavirus foram descartados, assim como três óbitos.
A Prefeitura de Itabira adotou várias medidas emergenciais como a preparação de 127 leitos nos dois hospitais da cidade e inicia a implantação de um hospital de campanha na Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Mata do Intelecto), pensando na logística hospitalar, que está ao lado do Hospital Municipal Carlos Chagas. Com a estrutura, de acordo com a prefeitura, a cidade chegará a 200 leitos exclusivos para atender Covid-19.
O estudo destaca também a lista das cidades em situação crítica aquelas que, por razões financeiras e infraestruturais, potencialmente sofreriam mais com a COVID-19. Para isso, foram levados em consideração dados do governo federal sobre o sistema de saúde (quantidade de leitos e profissionais de saúde por morador) e as condições econômicas tanto da administração municipal quanto dos habitantes.
Das 230 cidades mineiras em situação crítica, as duas mais populosas estão na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Ribeirão das Neves (334.858 habitantes) e Santa Luzia (219.134) preocupam os responsáveis pelo estudo justamente por conta da estrutura do sistema de saúde e dos indicadores econômicos.
“Quando você olha a população vulnerável, o dinheiro que o município tem disponível, a riqueza local e a estrutura de saúde local, você vê que são duas cidades muito vulneráveis. Ou seja, se o vírus entra nesses dois municípios, a chance de haver um colapso é muito maior. Haveria até mesmo a possibilidade de sobrecarregar a estrutura de Belo Horizonte como consequência, já que os pacientes começariam a migrar para a capital”, analisa o consultor Rodrigo Neves, responsável pelo estudo.
De acordo com o estudo, 248 das 853 cidades mineiras (29%) teoricamente apresentam condições econômicas e de saúde para enfrentar a pandemia. Outras 374 (44%) foram classificadas em um nível intermediário. Ou seja, dispõem de capacidade financeira boa e sanitária ruim ou vice-versa. Apenas Manhumirim, na Zona da Mata, foi desconsiderada na análise, pois não havia indicadores disponíveis suficientes para avaliação.
Epicentro da COVID-19 em Minas Gerais, Belo Horizonte está entre as cidades, de acordo com o estudo, preparadas para enfrentar a pandemia. Tudo depende, porém, da velocidade de propagação do vírus e do cumprimento de normas de isolamento social, para que o sistema de saúde não seja sobrecarregado. Até esta terça-feira, a capital registrou 555 casos da doença e 14 mortes.
A principal preocupação do governo estadual é justamente com Belo Horizonte e as cidades da Região Metropolitana. A capital concentra mais de um terço dos casos confirmados em Minas Gerais e manterá, por tempo indeterminado, as medidas de isolamento decretadas pelo prefeito Alexandre Kalil (PSD). Para o interior, o governador Romeu Zema (Novo) incentiva a flexibilização das normas e propõe reabertura gradual do comércio, com base em parâmetros do plano Minas Consciente. A decisão, porém, caberá às prefeituras.
Especialistas, contudo, apontam que o baixo índice de testagem da população torna imprecisa a análise sobre a propagação do vírus nas cidades e, com isso, dificulta o estabelecimento de regras sobre o relaxamento do isolamento social. Dos 87.480 casos suspeitos registrados em Minas Gerais, apenas 8.167 (9,3%) tiveram diagnóstico. Há ainda 79.313 à espera de análise ou resultado.
Cidades mineiras mais populosas entre as que estão em situação crítica*
1º Ribeirão das Neves – 334.858 habitantes**
2º Santa Luzia – 219.134 habitantes**
3º Conselheiro Lafaiete – 128.589 habitantes
4º Cataguases – 75.123 habitantes
5º Januária – 67.742 habitantes
6º São Francisco – 56.323 habitantes
7º Bocaiúva – 49.979 habitantes
8º Santos Dumont – 46.487 habitantes
9º Caeté – 44.718 habitantes**
10º Igarapé – 43.045 habitantes**
*População, segundo estimativa do IBGE para 2019
**Em negrito, cidades da Região Metropolitana de Belo Horizonte