Ao falar ao longo do dia de ontem, quinta-feira (7), sobre o total de desempregados em razão da crise do coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro citou sem indicar fonte uma estimativa de 10 milhões de empregos formais perdidos durante a pandemia.
O número, se correto, representaria quase um terço dos 33 milhões de empregos formais existentes até março e aumentaria, em 77%, o número total de desempregados no país.
A informação mais recente divulgada pelo governo indica que, no fim de março, o Brasil tinha 12,9 milhões de desempregados. Comparado com dezembro de 2019, o número indica 1,2 milhão a mais de pessoas procurando emprego. Esses dados são da Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Ao divulgar os números, no fim de abril, o instituto não fez relação entre o desemprego e o impacto da pandemia. As primeiras medidas de distanciamento social foram decretadas em 11 de março, no Distrito Federal. Em São Paulo e no Rio, as regras foram anunciadas em 16 e 17 de março, respectivamente.
O presidente confundiu o número total de desempregados do país – reflexo de um contexto anterior ao da pandemia – com o impacto específico dos últimos meses. Ele atribuiu a informação dos 10 milhões de desempregados que mencionou ao ministro da Economia, Paulo Guedes.