Sem mencionar o nome da mãe, a atriz e filha de Regina Duarte, Gabriela Duarte, publicou em sua conta no Instagram um texto de desabafo sobre a recusa de se manifestar sobre posicionamentos políticos. A publicação vem um dia depois de sua mãe ser afastada da Secretaria Especial de Cultura do governo Bolsonaro. Nos últimos dias, discursos e atitudes de Regina Duarte vinham sendo focos de polêmicas e Gabriela era cobrada frequentemente a se manifestar.
“A profissão que escolhi já é bastante política em vários aspectos.Isso, no entanto, não faz com que eu deixe de me posicionar, mas o faço como uma cidadã normal. Voto e exerço meu direito de escolher pessoas que acho mais adequadas a me representar, mas não trago isso pra minha vida pública”, justificou.
No entanto, mesmo sem mencionar o nome da mãe, Gabriela deixou clarou que não compartilha as mesmas bandeiras ideológicas com a ex-secretária especial de Cultura.
“Somos o que escolhemos ser e batalhamos por isso. Quando crianças, seguimos o exemplo daqueles que estão muito próximos a nós: os pais, os avós, irmãos, professores da escola… Aos poucos esse universo se amplia e nossas referências também. Começamos então a formar nosso próprio corpo ideológico e percebemos que não precisamos mais seguir os modelos da infância e adolescência. Amadurecer, entre tantas coisas, é isso”, defendeu.
Mais adiante, ela continua com a tese: “Tudo isso não quer dizer que não possa mais haver afeto, amor, gratidão e respeito por aqueles que nos criaram. Pelo contrário. Devem ser apreciados e honrados todos os dias. Mas entender que uma família não precisa necessariamente funcionar como um bloco, com pensamentos em uníssono sempre, é fundamental”.
Críticas à mãe
Enquanto secretária especial de Cultura, Regina Duarte vinha sendo bastante criticada por não desenvolver projetos que ajudassem financeiramente a classe artística durante a pandemia de COVID-19. Com a suspensão de shows e espetáculos, a categoria foi uma das mais afetadas com o isolamento social.
Antes disso, Regina já era criticada por vários artistas que se opõem ao governo Bolsonaro. O ápice desse conflito teria sido em uma entrevista para a CNN Brasil, quando a atriz minimizou as mortes durante a ditadura militar e até cantou uma marchinha utilizada em propagandas do regime.