A guerra contra a Covid-19 em Minas Gerais já exigiu, em menos de cinco meses, investimentos da ordem de R$ 48 milhões aos cofres públicos. O montante é maior do que o aplicado pelo governo do Estado nas ações contra a febre amarela, que, em dois anos, de 2017 a 2018, demandaram cerca de R$ 43 milhões.
Na pandemia do novo coronavírus, os gastos referem-se a Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), testes de sorologia e equipamentos hospitalares. Em várias ocasiões, o Executivo garantiu que os esforços refletem nos números da doença no território. O cenário é considerado menos dramático, visto o que acontece em outras unidades federativas, como São Paulo e Rio de Janeiro.
Para especialistas, a verba maior, em comparação com outras enfermidades endêmicas, pode ser explicada pela velocidade do contágio, que exigiu ações mais rápidas principalmente no reforço do sistema de saúde.
“Minas Gerais é tão grande, sempre falta alguma coisa. Mas o foco, na minha visão, está correto. O emprego do recurso, a distribuição dele, os resultados estão mostrando que o Estado está bem”, avalia o presidente da Sociedade Mineira de Infectologia (SMI), Estêvão Urbano.
O governo do Estado foi procurado para comentar o assunto, mas não retornou até o fechamento desta edição.
Parcerias
Parte dos investimentos contra a Covid-19 no Estado é fruto de parcerias, como, por exemplo, a reabertura de 60 leitos do Instituto Mário Penna, na capital, em 8 de maio.
Lá, R$ 7,9 milhões foram arrecadados pela instituição de saúde e a Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg) para a contratação de profissionais, compra de equipamentos e EPIs, dentre outros, além de realizar obras de manutenção.
Febre amarela
Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) informou que duas epidemias de febre amarela atingiram o território em 2017-2018. O dinheiro do combate à doença foi repassado aos municípios para desenvolvimento de estratégias para o controle do vetor e para leitos de terapia intensiva para atendimento de casos suspeitos ou confirmados de febre hemorrágica, busca ativa de casos, capacitação, aquisição de insumos laboratoriais e hospitalares, visitas técnicas e realização de campanha publicitária.
Além disso
No ano passado, os gastos no combate à dengue chegaram a R$ 184 milhões em Minas, de acordo com os dados da Secretaria de Estado de Saúde (SES). Já em 2020, até o momento, foram investidos R$ 607 mil.
A verba aplicada nesse período, ainda conforme a pasta, foi destinada à compra de medicamentos, insumos, repasses de incentivo financeiro aos municípios, aquisição de equipamentos e serviços gráficos e de mídia.
Vale lembrar que 2019 foi de mais uma epidemia da dengue no território. Mais de 483,4 mil casos prováveis (suspeitos somados aos confirmados) foram registrados em todo o Estado. Pelo menos 173 pessoas morreram em decorrência da enfermidade.
Neste ano, de janeiro até a última segunda-feira, são 68.750 notificações, com seis óbitos. Outras 34 mortes permanecem sob investigação.