Sem publicações desde janeiro, por falta de dados enviados pelas empresas, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) voltou a ser divulgado, ontem, pelo Ministério da Economia, com números que traduzem de forma assustadora o impacto da pandemia da Covid-19 na economia brasileira.
Segundo o relatório, o país fechou nada menos do que 1,1 milhão de postos formais de trabalho entre março e abril, período em que teve início e cresceu o isolamento social. Apenas no último mês, o saldo negativo nacional foi de 860.503 empregos, pior resultado da série histórica do Caged, iniciada em 1992.
Em Minas, a situação foi igualmente ruim: só em abril, o Estado teve 149.213 trabalhadores formais desligados, o que levou o balanço entre contratações e demissões no período a um déficit de 88.298 – segundo pior resultado do país, atrás apenas de São Paulo (-260.902). Já no acumulado do ano, até o quarto mês, o relatório de Minas indicou 76.957 demissões a mais do que contratações (terceiro pior número nacional).
O aspecto relativamente positivo dos dados do Caged foi a grande quantidade de empregos preservados em razão de medidas de garantia de trabalho e renda em meio à crise do novo coronavírus. No país, de 1º de abril a 26 de maio, o montante foi de cerca de 8 milhões de vagas mantidas após acordos entre patrões e empregados para suspensão temporária de contratos (4,4 milhões) e redução de jornadas e salários (3,5 milhões). Em Minas, foram 600 mil vagas asseguradas por esses motivos.