“Saudade sempre vai existir. O que conforta é saber que Deus não desampara a gente, né?”. A fala de voz mansa e pausada é de Vanessa Gonçalves dos Santos, de 24 anos. Ela perdeu a avó há pouco mais de dez dias, por Covid-19.
Vanessa e a família são de Mariana, na Região Central do estado, cidade que já viveu uma tragédia em 2015, quando a barragem da Samarco se rompeu e deixou 19 mortos.
Neste ano, os moradores de Mariana passaram a se preocupar com outra tragédia, a da pandemia do coronavírus, que avança em um ritmo acelerado no município. De acordo com o boletim da Secretaria Municipal de Saúde divulgado nesta terça-feira (2), foram registrados 306 casos da doença em Mariana. Na última terça-feira (26), a cidade registrava 104 casos. Ou seja, em apenas uma semana o número de casos triplicou.
Além disso, o número de mortes – duas a mais só nesses sete dias – também preocupa. Outras 7 famílias, além da de Vanessa, vivem o luto em função da Covid-19 na cidade. Trata-se da sétima cidade com mais óbitos decorrentes da doença em Minas Gerais, segundo o balanço do governo estadual.
Evolução do número de casos
Data | Casos confirmados | Óbitos |
26/05 | 104 | 6 |
27/05 | 135 | 6 |
28/05 | 167 | 6 |
29/05 | 207 | 7 |
30/05 | 217 | 7 |
31/05 | 239 | 7 |
01/06 | 255 | 7 |
02/06 | 306 | 8 |