A cidade de Minneapolis celebra a memória de George Floyd nesta quinta-feira (4), no décimo dia consecutivo de protestos em escala nacional nos Estados Unidos.
Sua família, amigos e outras centenas de pessoas se reunirão na universidade North Central para a solenidade, que contará com uma homenagem do reverendo Al Sharpton, fundador do National Action Network (Rede de Ação Nacional) e figura proeminente da defesa dos direitos humanos no país.
O governador do estado de Minnesota, Tim Walz, disse que o memorial será uma chance de cura para a população.
“É de importância crítica que o mundo veja e que os cidadãos de Minnesota possam mostrar que há outro lado de nós e desse estado que não foi mostrado na última segunda-feira”, disse.
Esse será o primeiro de uma série de eventos planejados nos próximos cinco dias para homenagear o ex-segurança, um homem negro morto na segunda-feira passada (25) por um policial branco.
Uma homenagem pública e um velório apenas para familiares acontecerá no sábado (6) em Raeford, na Carolina do Norte — estado onde Floyd nasceu e onde sua irmã ainda mora.
Entre segunda e terça-feira (8 e 9), haverá um velório público e um sepultamento privado em Houston, no Texas, cidade aonde Floyd se mudou ainda pequeno com sua família e passou a maior parte de sua vida.
‘Pandemia de racismo e discriminação’
Painel homenageia George Floyd em Minneapolis, no estado americano de Minnesota
Foto: Nicholas Pfosi/Reuters (4.jun.2020)
Durante o memorial, realizado na capela da universidade que se converteu nesta tarde em um centro ecumênico, Benjamin Crump, advogado da família Floyd, disse que gostaria de esclarecer que a pandemia que matou George não foi a do novo coronavírus. Uma nova autópsia divulgada na noite de quarta (3) mostrou que Floyd teve a Covid-19.
“Não foi a pandemia de coronavírus que matou George Floyd”, disse. “Quero esclarecer para registro. A outra pandemia com a qual estamos tão familiares nos Estados Unidos, a pandemia de racismo e discriminação que matou George Floyd”.
Ele também rogou por igualdade na condução do processo judicial. “Não queremos dois sistemas de justiça nos Estados Unidos, um para negros e outro para brancos. O que queremos é igualdade de gestos e George Floyd dá o impulso para a melhor oportunidade que vi em um longo tempo”.
O reverendo Al Sharpton disse que, por mais de 400 anos, negros foram marginalizados porque os Estados Unidos “tinham seu joelho sobre nosso pescoço”. “O motivo pelo qual nunca pudemos ser quem queríamos e sonhávamos foi porque vocês tinham seus joelhos sobre nosso pescoço. O que aconteceu com Floyd acontece todos os dias nesse país, na educação, na saúde, em todas as áreas”.
Philonise Floyd, irmão de George, disse que o público assistindo a homenagem é prova do poder que ele tinha de tocar o coração de todos. “Todos querem justiça, queremos justiça para o George. Ele vai tê-la”.
Os participantes se levantaram em silêncio por oito minutos e 46 segundos — tempo que o ex-policial Derek Chauvin se ajoelhou sobre o pescoço de Floyd.
(Com informações da CNN Internacional)