Em foto de 2016, Qassem Soleimani, chefe da Guarda Revolucionária Iraniana, participa de um reunião em Terrã, no Irã — Foto: Office of the Iranian Supreme Leader via AP, Arquivo
O Irã vai executar um iraniano que forneceu informações aos Estados Unidos e a Israel sobre os deslocamentos do general Qassem Soleimani, morto em um ataque executado por Washington em janeiro em Bagdá, anunciaram nesta terça-feira (9) fontes oficiais em Teerã.
Mahmud Mussavi Majd foi declarado culpado de espionar as Forças Armadas do Irã, “concretamente a força Al Quds”, a unidade de elite responsável pelas operações no exterior da Guarda Revolucionária (o exército ideológico iraniano), que era comandada pelo general Soleimani.
De acordo com o porta-voz da Autoridade Judicial do Irã, Gholamhossein Esmaili, o condenado repassou à CIA e ao Mossad, os serviços de inteligência dos Estados e de Israel, respectivamente, informações “sobre as viagens e os locais onde esteve o general mártir Qassem Soleimani”.
A condenação de Majd foi confirmada pelo Tribunal Supremo e será “aplicada em breve”, afirmou um porta-voz judicial, sem revelar detalhes, de acordo com a France Presse.
Ataque americano
O bombardeiro que matou Soleimani aconteceu poucos dias após manifestantes invadirem a embaixada dos Estados Unidos em Bagdá, entrando em confronto com as forças americanas do local. Na época, o presidente americano, Donald Trump, acusou o Irã de estar por trás dos ataques.
Washington utilizou um drone para atingiu Soleimani, que era apontado como o cérebro por trás da estratégia militar e geopolítica do Irã.
Pentágono culpou Soleimani por mortes de americanos no Oriente Médio e afirmou que o objetivo do ataque foi deter planos de futuras ações dos iranianos.
O Irã prometeu retaliação e a tensão entre os dois países provocou medo de que houvesse uma guerra.
O Irã atacou com 22 mísseis duas bases militares que abrigam forçar norte-americanas e iraquianas. O Irã ameaçou realizar ataques dentro dos Estados Unidos se os americanos revidassem a ofensiva.
No mesmo dia, um avião ucraniano caiu poucos minutos após decolar do aeroporto de Teerã, matando as 176 pessoas que estavam a bordo. Três dias depois, o Irã admitiu que derrubou a aeronave, sem intenção, com um de seus mísseis.