O nível de atividade da economia brasileira registrou retração de 9,73% em abril, na comparação com o mês anterior, aponta o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), divulgado nesta quinta-feira (18) pelo Banco Central (BC).
O indicador é considerado uma “prévia” do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia.
O resultado, que foi calculado após ajuste sazonal (uma espécie de “compensação” para comparar períodos diferentes, reflete os efeitos da pandemia do novo coronavírus – começou a atingir a economia de forma mais intensa a partir de meados de março.
De acordo com informações do BC, esse foi o maior recuo do indicador desde o início de sua série histórica, em janeiro de 2003, ou seja, em pouco mais de 17 anos.
Em março, primeiro mês de impacto da Covid-19 na economia, o IBC-Br já havia registrado retração de 6,16% – contra fevereiro. Antes disso, o maior tombo havia ocorrido em maio de 2018 (-3,96%), refletindo os impactos da greve dos caminhoneiros.
Na comparação com abril do ano passado, informou o Banco Central, o índice de atividade econômica da instituição apresentou queda de 15,09%. Nesse caso, o índice foi calculado sem ajuste sazonal, pois considera períodos iguais.
No acumulado dos quatro primeiros meses deste ano, de acordo com a instituição, o índice de atividade econômica registrou uma contração de 4,15%. Em 12 meses até abril de 2020, sem ajuste sazonal, os números do BC indicam uma queda de 0,52% na prévia do PIB.
PIB X IBC-Br
Os resultados do IBC-Br, porém, nem sempre mostraram proximidade com os dados oficiais do PIB. O cálculo dos dois é um pouco diferente – o índice do BC incorpora estimativas para a agropecuária, a indústria e o setor de serviços, além dos impostos.
O IBC-Br é uma das ferramentas usadas pelo BC para definir a taxa básica de juros do país. Com o menor crescimento da economia, por exemplo, teoricamente haveria menos pressão inflacionária.
Atualmente, a taxa Selic está em 2,25% ao ano, na mínima histórica, e o Banco Central indicou, no comunicado da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que um “eventual ajuste futuro no atual grau de estímulo monetário será residual”.