A Polícia Civil de São Paulo prendeu, na manhã desta quinta-feira, Fabrício Queiroz, ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro. Ele foi encontrado na casa de Frederick Wassef, advogado do filho do presidente da República, localizada em Atibaia, interior paulista. Wassef também atua em casos relacionados a Jair Bolsonaro.
Os mandados de busca e apreensão e de prisão foram expedidos pela Justiça do Rio de Janeiro. O Ministério Público daquele Estado apura um esquema de rachadinha e desvio de dinheiro público na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).
Queiroz será transferido ainda hoje para a capital paulista e, depois, levado para o Rio de Janeiro. Naquele Estado, Fabrício Queiroz é acusado de operar um esquema de repartição do salário de assessores parlamentares do gabinete de Flávio Bolsonaro quando o filho de Jair Bolsonaro era deputado estadual. O caso ganhou as manchetes e passou a ser investigado após o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicar que ele movimentou R$ 1,2 milhão em sua conta de maneira considerada “atípica”. Ele alega que “fazia dinheiro” comprando e vendendo veículos. Em uma das manifestações ao Ministério Público, admitiu que havi divisão do dinheiro de assessores, mas afirmou que isso era feito para empregar mais gente no gabinete.
Em dezembro do ano passado, o MP-RJ apontou que Queiroz recebeu R$ 2.062 360,52 por meio de 483 depósitos feitos por assessores subordinados ou indicados por Flávio Bolsonaro. Os valores foram transferidos por treze servidores do gabinete do parlamentar e constam no relatório da promotoria sobre uma operação de buscas e apreensões conduzidas na ocasião.
A operação foi feita após a polícia descobrir, por meio de um celular utilizado pelo ex-assessor, que ele vivia sob proteção neste imóvel. No local, também foram feitas várias buscas pelos policiais, que já acompanhavam a rotina de Queiroz nos últimos dias.
Agentes do Ministério Público do Rio de Janeiro também fazem buscas pela manhã em uma residência em Bento Ribeiro. O imóvel, que consta na prestação de contas de Bolsonaro, é habitado por Alesssandra Esteves, ligada ao gabinete de Flávio Bolsonaro. Ela não estava em casa no momento da chegada dos agentes, que mesmo assim conseguiram entrar no imóvel e estão fazendo as buscas.