Mesmo com a explosão de casos, mortes e internações pelo novo coronavírus, Belo Horizonte optou por manter o comércio não essencial parcialmente aberto na próxima semana. Nesta sexta-feira (19), a prefeitura informou que a flexibilização continua da forma que está. Ou seja, bares, restaurantes, academias e clubes permanceram fechados, mas as outras atividades comerciais estão autorizadas a continuar funcionando. O prefeito Alexandre Kalil foi duro com quem não está seguindo as regras de segurança e higiene. “Nós podemos fechar a cidade sim se a máscara continuar no queixo”, disse.
Conforme o chefe do executivo, nos próximos dias a Polícia Militar vai ajudar a Guarda Municipal nas fiscalizações para coibir os moradores que estão desobedecendo as regras sanitárias. “Vamos intensificar a fiscalização e a PM vai auxiliar.”, afirmou.
Em menos de quatro semanas, quando o afrouxamento do isolamento foi autorizado pela prefeitura, a cidade viu mais que dobrar os registros da doença. Hoje, BH tem 3.789 infectados com 90 mortes. Em 25 de maio eram 1.402 casos e 42 óbitos. A fase atual de flexibilização está sendo mantida pela segunda semana consecutiva.
O Secretário Municipal de Saúde, Jackson Machado, explicou que dois dos três índices analisados pelo Comitê de Enfrentamento à Covid para decidir sobre a flexibilização estão em nível amarelo, por isso não foi preciso fechar a cidade, mas também não foi possível liberar a reabertura de novas áreas. Conforme o gestor, a taxa de transmissão da doença está em 1,3 e a ocupação dos leitos de enfermaria exclusivos para Covid em 61,2%. Neste momento, a maior preocupação é com relação a lotação das UTIs, que está em 78,2% e no nível vermelho. O aceitável pelo comitê é lotação inferior a 70%.
O distanciamento social em BH foi recomendado em 18 de março e, dois dias depois, a prefeitura determinou o fechamento de todos os serviços considerados não essenciais. As lojas da capital permaneceram fechadas por 66 dias, quando em 25 de maio a metrópole deu início à primeira fase da flexibilização gradual do comércio. Salões de beleza, lojas de cosméticos, brinquedos, veículos automotores e até shoppings populares puderam reabrir as portas. Duas semanas depois, foi a vez de lojas de calçados, armas, acessórios e artesanatos receberem o aval do executivo para retomar o funcionamento. Com a segunda fase da flexibilização, 92% dos empregos da cidade ficaram ativos e 824 mil pessoas puderam circular pelo município.
Por causa do aumento expressivo de casos da Covid-19, no último dia 12 a prefeitura freou o afrouxamento e determinou que nenhuma outra atividade comercial fosse liberada para abertura. Com isso, bares, restaurantes, academias e clubes permaneceram impedidos de reabrir.
Segurança
Mesmo liberando grande parte do comércio, a prefeitura destacou que o isolamento social permanece no município. Os moradores só devem sair para o essencial, mas o que se viu na cidade nos últimos dias, especialmente na região central, foram ruas cheias, ônibus com aglomeração e pessoas desrespeitando o distanciamento social.