OTEMPO
Um dia após a Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) mudar a metodologia para a coleta de dados com os municípios de Minas Gerais e acrescentar mais de 6.000 casos acumulados à lista de infectados pelo coronavírus, os dados continuam a aumentar expressivamente neste sábado (27/06) e mais de 2.000 novos casos receberam confirmação do órgão nas últimas 24 horas, um dos números mais elevados constatados no curto período de um dia para o outro.
Os quase 41 mil casos existentes em Minas Gerais estão espalhados em 683 municípios – 80% das cidades mineiras. As mortes aconteceram em 221 delas, o que representa um índice de letalidade da doença em torno de 2,2% no Estado. De acordo com o relatório da pasta, a infecção atinge de forma fatal principalmente aquelas pessoas portadoras de hipertensão, doenças cardiovasculares, diabetes e pneumopatias.
Os mineiros com mais de 60 anos representam o maior número de vítimas. Nenhuma das 49 mortes que entraram para o balanço entre sexta-feira (26) e sábado aconteceu em Belo Horizonte. Quatro dos mineiros que não sobreviveram eram moradores de Ipatinga, quatro de Teófilo Otoni, dois de Juiz de Fora e dos de Uberlândia. Os outros óbitos estão registrados em outros 37 municípios diferentes.
Existe em Minas Gerais um alerto quanto o crescimento na taxa de ocupação dos leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTI), que atingiu 90,6% na segunda-feira passada (22/06) – sendo que a Secretaria de Estado de Saúde (SES) não separou leitos para Covid-19 dos destinados às outras doenças. Das 14 macrorregiões de saúde, seis tem percentual de ocupação acima de 90%.
Estatística de hospitalização que aparece no balanço do coronavírus aponta que mais de 4.800 pessoas que foram infectadas precisaram ser internadas em hospitais das redes particular e pública de Minas Gerais. Um outro dado que preocupa é o aumento recorde no número de hospitalizações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é 821% maior neste ano que no mesmo período do ano passado – são mais de 21.258 pessoas com sintomas característicos da enfermidade e que se assemelham muito àqueles apresentados por quem está infectado com a Covid-19, os mais comuns são febre e tosse.
Triângulo Mineiro
Uberlândia, no Triângulo Mineiro, segue liderando como a cidade de Minas Gerais que concentra o maior número de infectados pela Covid-19. A cidade alcançou a marca de 5.889 casos confirmados pelo Estado na manhã deste sábado. Apesar de possuir uma população 3,6 vezes menor que a que habita Belo Horizonte, a cidade do interior tem mais de mil casos a mais que a capital mineira. A situação em Uberlândia é muito complicada e, balanço do município publicado na sexta-feira (26), aponta que não há mais um leito de UTI disponível para pacientes com coronavírus na cidade.
Embora não seja a cidade com maior número de casos confirmados, Belo Horizonte é a que tem a maior quantidade de óbitos causados pela infecção, são 108. O relatório da prefeitura de Uberlândia aponta que são 100 mortes na cidade – o documento estadual ainda está desatualizado e aponta para 76 óbitos no município. O aumento no número de diagnósticos positivos é uma realidade na capital mineira que acompanhou nos últimos seis dias crescimentos recordes nas taxas de ocupação dos leitos de UTI e enfermaria. Em função disso, o prefeito Alexandre Kalil (PSD) decidiu nessa sexta-feira retornar à estaca zero do plano de reabertura econômica.