*Por EM
Vem de Alpinópolis, no Sul de Minas, um pedido de socorro inusitado que teve final feliz. Durante um plantão, o cabo da Polícia Militar Juliano Pereira de Souza atendeu telefonema de uma menina de 10 anos pedindo comida, se comoveu e resolveu ajudar. Levou uma cesta básica e alguns presentes para a garotinha. Ele espalhou a notícia e conseguiu adesão de outras pessoas que querem ajudar. Na casa, no Bairro Rosário, a comprovação de que a família passa necessidade e precisa de ajuda.
Era manhã de domingo. No plantão, até então calmo, o telefone tocou e Juliano atendeu. “Uma voz de criança do outro lado da linha. Ela disse que se chamava Ana e que tinha 10 anos. O motivo da ligação foi que estava pedindo comida para sua família. Com uma voz triste, me disse que na casa dela não tinha mais comida. Aquilo mexeu comigo. Falei com os meus colegas e decidimos ajudar.”
Segundo Juliano, a Polícia Militar de Passos – Alpinópolis pertence à companhia PM de Passos – já faz um trabalho junto a famílias carentes. “Tínhamos cestas básicas no nosso depósito. Pegamos então uma cesta básica para levar a Alpinópolis.”
Mas não foi só isso que comoveu Juliano. “A Ana me contou, também, que o aniversário dela é no próximo dia 31 de julho e que ela queria muito ganhar chocolate e um sapato, pois não tinha. Aquilo mexeu ainda mais comigo”, disse.
Juliano e seus companheiros postaram na rede social que a menina e sua família precisavam de ajuda. E também o desejo dela para seu aniversário. “Pouco tempo depois, apareceu gente querendo ajudar. Trouxeram chocolate e um sapato. Fomos para Alpinópolis.”
Ao entregarem a cesta básica e os presentes de Ana, houve uma comoção geral. “Sua mãe está desempregada e o pai ganha pouco. A casa em que vivem é alugada. A ligação dessa menina é um exemplo da confiança que a população tem na PM. Ficamos emocionados em ver a confiança que uma criança de 10 anos tem em nós e, principalmente, no serviço que temos feito aqui”.
Pegou celular escondido
A surpresa maior, segundo o Cabo Juliano, foi saber como a menina telefonou para a PM. “A mãe contou que ela pegou seu celular escondido e fez a ligação. Nem a mãe e nem o pai sabiam de nada. Isso é ainda mais tocante, pois ela não queria que os pais soubessem que ela tinha pedido ajuda para matar a fome dos pais e de suas irmãs, uma de 9 anos e outra de 7.”