A Universidade Federal de Minas Gerias (UFMG) será um dos 12 centros que serão responsáveis pelos testes de fase 3, em humanos, da CoronaVac, vacina contra o novo coronavírus desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac Biotech. O anúncio foi feito pelo governador de São Paulo, João Dória (PSDB), nesta quarta-feira (1º).
Além de Minas, Dória informou que os testes vão ser realizados em nove mil voluntários em centros de pesquisas de mais cinco estados: São Paulo, Brasília, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Paraná.
A pesquisa clínica será coordenada pelo Instituto Butantan, um dos maiores centros de pesquisa, desenvolvimento e produção de imunobiológicos do mundo.
“Quero ressaltar que o acordo com a Sinovac prevê explicitamente a transferência de tecnologia para a produção em escala industrial da vacina contra o coronavírus em São Paulo pelo Butantan. E assegurar também que a vacina será distribuída gratuitamente pelo SUS em São Paulo e em todo o país. A capacidade de produção do Instituto Butantan é de 100 milhões de unidades da vacina”, disse o governador de São Paulo.
Procurada, a UFMG ainda não se manifestou sobre a pesquisa ou sobre quando abrirá cadastro para voluntários.
Procedimento
A vacina contra o coronavírus desenvolvida pela Sinovac é considerada por muitos especialistas como uma das mais promissoras do mundo, pelo fato de usar tecnologia já conhecida e amplamente aplicada em outras vacinas.
Com essa perspectiva, o Instituto Butantan avalia que sua incorporação ao sistema de saúde deva ocorrer mais facilmente.
O laboratório com sede em Pequim já realizou testes do produto em cerca de mil voluntários na China, nas fases 1 e 2. O modelo experimental aplicado em macacos apresentou resultados expressivos em termos de resposta imune contra as proteínas do vírus.
Agora a farmacêutica fornecerá ao Butantan as doses da vacina para a realização de testes clínicos de fase 3 em voluntários no Brasil, com o intuito de demonstrar sua eficácia e segurança. Caso a vacina seja aprovada, os passos seguintes serão o registro do produto pela Anvisa e fornecimento da vacina pelo SUS em todo o Brasil.
“A união da experiência do Butantan na produção de imunobiológicos aos esforços da Sinovac permitirá que logo o país tenha uma vacina efetiva e segura contra a Covid-19, protegendo as pessoas e salvando milhares de vidas”, disse o diretor do Instituto Butantan e integrante do Centro de Contingência do Coronavírus do estado, Dimas Tadeu Covas.