Com quase quatro meses de pandemia, há mais perguntas do que respostas, e mesmo as disponíveis não são conclusivas. Diante da novidade da doença, as atualizações são constantes. Confira o que se já se sabe e o que ainda é preciso saber para enfrentar a Covid-19.
Quem pode ser voluntário para testar a vacina contra Covid-19 em Minas?
Apenas enfermeiros e médicos podem se inscrever, sendo que 800 serão selecionados. Os candidatos devem ter mais de 18 anos, não podem ter sido contaminados pelo coronavírus nem apresentar doenças crônicas ou fazer uso de medicamentos contínuos. A previsão é de que as vacinas comecem a ser aplicadas no próximo dia 20/07. Caso preencha todos os critérios, o voluntário deverá entrar em contato com Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Fármacos do ICB UFMG, pelo e-mail [email protected].
Usar a máscara durante atividade física faz mal à saúde?
Não. Não há nenhum estudo científico que ateste que o uso da máscara durante o treinamento aeróbico vá causar algum dano à saúde das pessoas. Pode haver incômodo, por causa da resistência na hora de inspirar e expirar, o que pode ser minimizado reduzindo o ritmo.
Qual a diferença entre o teste do cotonete e o teste rápido?
O teste do cotonete (swab nasal), conhecido como RT-PCR, verifica se há material genético do vírus nas vias aéreas do indivíduo. Para fazer o exame, são coletadas amostras de secreções do nariz ou da garganta do paciente. O laudo sai em alguns dias. Já o exame sorológico ( que verifica a presença dos anticorpos IgM e IgG) não é capaz de atestar se um indivíduo está com Covid-19 no momento ou não. Ele detecta o anticorpo em um período final da infecção ou após a recuperação. Ele revela algo que aconteceu no passado. É feito através da coleta de sangue e o resultado sai em até 30 minutos.
Quais remédios estão sendo testados contra Covid-19?
Além da controversa cloroquina, estão em uso ou testes corticóides, antivirais, antiparasitários, anticoagulantes, plasma de recuperados e vitaminas.
Por que até os defensores do isolamento se arriscam em sair de casa e as ruas estão cada vez mais cheias?
Há quem saia de casa por necessidade financeira, os que estão incrédulos diante da guerra de informações e as vítimas chamada “fadiga da quarentena”. Segundo a psicologia, o ser humano absorve situações indesejadas, com forte estresse, por um período e, depois, a mente começa a relaxar, normalizando os riscos.
Como me livrar dos quilos extras adquiridos no isolamento?
A combinação de falta de exercícios, excesso de delivery e ansiedade tem levado ao ganho de peso em muitas famílias. Com quase quatro meses de quarentena e sem data para o “novo normal” começar de fato, é preciso reorganizar a dieta para fazer as pazes com a balança. Como? Planejamento das compras ao cardápio, com receitas simples e saborosas para quem vive neste momento uma rotina de baixo gasto calórico.
Como higienizar os produtos de supermercado?
Alimentos como verduras e frutas devem ser imersos em solução de água sanitária diluída, por 15 minutos. Já as embalagens podem ser lavadas com água e sabão ou higienizadas com álcool gel.
Quem já se recuperou de Covid deve manter a prevenção contra o coronavírus?
Sim. Segundo especialistas, não há evidências científicas de que quem contraiu a Covid-19 não vá se contaminar de novo. Além disso, por ser uma doença nova, os efeitos do vírus a médio e longo prazo não são totalmente conhecidos. Há suspeitas de reinfecções em Minas e no mundo.
Fumantes têm maior risco de contrair coronavírus e desenvolver a forma grave da doença?
Sim para as duas questões. Segundo o Ministério da Saúde, as pessoas que fumam, independentemente da idade, fazem parte do grupo de risco, devido ao possível comprometimento da capacidade pulmonar. Há também maior chance de contágio porque o ato de fumar proporciona constante contato dos dedos com os lábios, aumentando a possibilidade da transmissão do vírus para a boca. Quer aproveitar a pandemia para parar de fumar? Leia aqui sobre os primeiros passos.
Ivermectina combate o coronavírus? Quais os riscos de tomar esse remédio?
Não há comprovação científica de que esse medicamento, um vermífugo, tenha resultado no tratamento da Covid-19. Recomendada para tratamento de infecções causadas por vermes e parasitas que se instalam no organismo, a ivermectina demonstrou atividade in vitro contra o coronavírus, mas não há comprovação de eficácia in vivo, isto é, em seres humanos. Só estudos clínicos permitirão definir seu benefício e segurança contra a Covid-19, mas alguns médicos têm prescrito como parte do tratamento. A caixa com quatro comprimidos é vendida entre R$ 17 e R$ 34. Especialistas temem que a automedicação acabe intoxicando muitas pessoas.
Fontes: Organização Mundial de Saúde, UFMG, Agência Brasil, Unaí Tupinambás e Estêvão Urbano (infectologistas), Sylvia Flores (psicóloga) e Ana Carolina Barbosa Duarte (nutricionista)