O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, disse, nesta sexta-feira (24), acreditar que o país terá superado a crise do novo coronavírus até meados de 2021, mas que teme um segundo pico que poderia sobrecarregar o serviço de saúde.
“Quer tenha vindo de… um morcego, um pangolim, ou seja lá como for que surgiu, foi uma coisa muito, muito ruim para a raça humana. E acho que na metade do ano que vem estaremos nos livrando disso”, disse ele aos repórteres.
“Este país voltará mais forte do que nunca, [mas] ainda temos a ameaça de um segundo pico”.
O premiê disse que torce para que todos tomem a vacina contra gripe para diminuir a pressão sobre o serviço de saúde durante os meses de inverno.
“Existem todos esses ativistas antivacina agora”, disse ele a profissionais médicos. “Eles são malucos, eles são malucos.”
No ano transcorrido desde que se tornou premiê britânico, Johnson obteve uma grande vitória eleitoral, cumpriu a promessa de tirar o Reino Unido da União Europeia – o Brexit – e quase morreu de Covid-19.
Mas partidos de oposição dizem que ele demorou demais para impor um isolamento, foi incapaz de identificar casas de repouso como vulnerabilidades, arruinou o sistema de exames e rastreamentos e não demitiu seu principal assessor, Dominic Cummings, por viajar durante o isolamento.
Falando um ano depois de se tornar premiê, Johnson disse que sua experiência mostrou que o governo precisa “agir mais rapidamente e ter mais atenção às necessidades do povo”.
Ele mencionou as dificuldades de obtenção de passaportes e certidões de nascimento e um acúmulo de casos judiciais no sistema britânico. “Às vezes o governo é lento. Estamos aprendendo o tempo inteiro”, disse Johnson à imprensa, ao refletir sobre seu ano no poder.
Ele acrescentou o Reino Unido vai apresentar propostas sobre programas sociais para proteger as pessoas do risco de ter que vender a casa para cuidar da saúde.
Quando lhe perguntaram por quanto tempo as pessoas terão que usar máscaras, Johnson respondeu que contará com o bom senso do povo britânico, mas não quis especular um prazo para o relaxamento das medidas contra a Covid-19.