Um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) mostrou que a volta às aulas de forma presencial em Minas Gerais pode colocar em risco a vida de 1 milhão de pessoas no estado. São idosos ou adultos com comorbidades, considerados grupo de risco da Covid-19, que moram com crianças e adolescentes em idade escolar.
O infectologista Dirceu Greco explica que esses estudantes podem transmitir o vírus de forma imperceptível. “Um percentual, relativamente, grande de crianças que estão muito poucos sintomáticas, do mesmo modo que outras pessoas”.
O levantamento feito com base na Pesquisa Nacional de Saúde, realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), apontou que Minas está em segundo lugar no ranking de risco no caso da volta às aulas. Minas Gerais tem mais de 1,5 milhão de alunos em escolas estaduais. Na rede municipal de Belo Horizonte são mais de 200 mil.
Ainda segundo o infectologista, se 20% desse 1 milhão desenvolver infecção grave, o sistema de saúde ficará sobrecarregado. “Vai sobrecarregar de maneira quase incontrolável o sistema de saúde não só lá na ponta, do CTI, mas até no atendimento”, disse.
A volta envolve além dos alunos, muitos profissionais, como professores, cantineiros, faxineiros, deixando todos expostos para a contaminação da doença. A prefeitura da capital e o estado ainda não têm previsão de data para reabertura das escolas.
No estado, em maio, as aulas voltaram de forma remota, com aulas on-line e pela televisão. Os alunos também temem pela volta presencial.
A estudante Milena Carvalho relata que tem medo de transmitir o coronavírus para quem mora com ela, já que com as aulas virtuais ela tem mantido o isolamento social.