O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou que o programa emergencial que permite a redução temporária do salário e da jornada de trabalho será prorrogado por mais dois meses. A informação havia sido antecipado pelo âncora da CNN Brasil Kenzô Machida na última terça-feira (18).
Guedes adiantou ainda que, na próxima terça-feira (25), o secretário do Trabalho e Previdência, Bruno Bianco, deve anunciar novidade para a manutenção e geração de empregos. “O Renda Brasil, o Verde e Amarelo e mais coisas que estão sendo elaboradas”, completou.
Conhecido como Programa do Benefício Emergencial (BEM), o programa completa a renda de trabalhadores que tiveram o salário e a jornada reduzidos em meio à crise.
Na avaliação de Guedes, o programa é “o mais efetivo, em termos de gasto”. “Enquanto os países mais avançados, que também gastaram muito dinheiro na crise, como os Estados Unidos, perderam 30 milhões de empregos em 5 ou 6 semanas, nós estávamos preservando 11 milhões. O BEM já favoreceu quase 16 milhões de trabalhadores que tiveram empregos preservados”, reforçou.
Na verdade, segundo divulgação do próprio ministério nesta sexta, foram preservados 10 milhões de empregos por meio de 16,3 milhões de acordos.
Guedes afirmou ainda que a criação de 131 mil empregos formais em julho é um “excelente sinal” de que a economia brasileira tem capacidade de uma retomada em V, em que, apesar da queda rápida, a atividade também retorna ao patamar anterior à crise rapidamente.
“Diversos padrões de energia, arrecadação, crédito, venda, empregos todos dão sinais de fortalecimento da economia brasileira. (A recuperação) É um V, um V da Nike: a queda foi muito abrupta, muito rápida. A volta é mais lenta, mas é segura”, explicou.
Guedes destacou que o patamar de criação de novos empregos foi superior a 1 milhão. “Estamos bastante animados, é a primeira geração líquida de empregos”, comentou.
Para ele, a geração de empregos confirma ainda que a economia brasileira vai cair menos do que o projetado inicialmente. “Estava sendo previsto por organizações internacionais e bancos locais uma queda perto dos 10%. Nós dissemos na época que é muito difícil que esses modelos de previsão funcionassem. As revisões agora confirmam que o PIB brasileiro pode cair 4% ou pouco acima de 4%, ou seja, praticamente a metade do que foi previsto antes”, ressaltou.