O Primeiro Comando da Capital (PCC), considerada a maior facção criminosa do Brasil, é alvo de uma megaoperação realizada por diversos órgãos de segurança em Minas Gerais, além de outros 18 estados e Distrito Federal. No total, os agentes cumprem 623 mandados, sendo 422 de prisão preventiva e 201 de busca e apreensão.
Vários alvos da operação, batizada de “Caixa Forte”, estão presos e, por isso, a força-tarefa conta com a participação do Departamento Penitenciário (Depen). Além das ordens de prisão e busca, a Justiça Federal em Belo Horizonte também determinou o sequestro de R$ 252 milhões dos cofres do PCC.
No total, 90 cidades contam com a ação comandada pela Força Integrada de Combate ao Crime Organizado (FICCO), força-tarefa composta pela Polícia Civil de Minas, Polícia Federal (PF) e Polícia Rodoviária Federal (PRF). O Depen de Minas e do Distrito Federal também atuam na operação.
De acordo com a PF, esta é a maior operação policial da história contra o PCC. A corporação ainda explicou que os membros da facção estão sendo investigados pelos crimes de participação em organização criminosa, associação para o tráfico de drogas e lavagem de dinheiro.
Se condenados, os investigados podem pegar até 28 anos prisão.
Caixa Forte
De acordo com a PF, a primeira fase da operação Caixa Forte identificou o esquema usado pelo PCC para lavagem do dinheiro ilícito. O grupo responsável pela prática econômico-financeiras da facção, denominado “Setor do Progresso”, repassava parte da verba para contas do “Setor da Ajuda”, que era o responsável por recompensar membros da facção recolhidos em presídios.
Nesta segunda-feira (31), o FICCO deflagrou a fase 2 da operação e identificou 210 integrante do alto escalão do PCC recolhidos em presídios federais. “Eles recebiam valores mensais da facção por terem ocupado cargos de destaque na organização criminosa ou executado missões determinadas pelos líderes como, por exemplo, assassinatos de servidores públicos”, detalhou o delegado da PCMG, Murillo Ribeiro.
Para o delegado da PF, Alesxander Oliveira, os integrantes da facção acreditavam que eram capazes de enganar até o Poder Judiciário. “Com o objetivo de garantir o recebimento do ‘auxílio’ do PCC, os criminosos indicavam contas de pessoas que não pertencem à facção para que os valores, resultantes das atividades ilícitas, ficassem ocultos e supostamente fora do alcance do sistema de justiça criminal”, afirmou.
O objetivo da operação, conforme destacou a PF, é a descapitalização da facção. Ou seja, retirar o dinheiro ilícito do PCC.