A vice-diretora geral da área de medicamentos e produtos de saúde da Organização Mundial de Saúde (OMS), Mariângela Batista Galvão Simão, disse em entrevista, nesta quinta-feira (10), que a expectativa é que, no ano que vem, já existam uma ou duas vacinas seguras e eficazes contra a Covid-19 disponíveis.
No entanto, Mariângela acredita que a produção no primeiro ano – assim como de qualquer outro produto – será menor. “Vai demorar até que se possa vacinar o mundo inteiro”, afirmou.
Segundo a especialista, a proposta da OMS, e que está sendo aceita pelos países, é que, uma vez que a vacina estiver disponível, seja utilizada primeiro em algumas populações, como em profissionais da saúde e de serviços essenciais e idosos.
Ela explicou ainda que a entidade tem trabalhado para que a história não se repita, como aconteceu na pandemia de H1N1, quando a vacina chegou primeiro nos países ricos e as pessoas dos países em desenvolvimento só tiveram acesso a ela quando a pandemia já tinha acabado.
Mariângela Batista Galvão Simão, vice-diretora da Organização Mundial de Saúde (OMS)
Foto: CNN (10.set.2020)
“A OMS vem trabalhando desde maio com uma proposta de modo que todos os países que fazem parte do mecanismo internacional, tipo um consórcio internacional, uma vez que se tenha uma vacina segura e eficaz, ela possa estar disponível em países em desenvolvimento e de alta renda também”, afirmou a vice-diretora.
De acordo com Mariângela, até o momento, há 200 registros de candidatas a vacina contra o novo coronavírus. Destas, 39 já estão em fase de ensaios clínicos – quando sai do laboratório de testagem em animais para começar a ser testada em seres humanos.
Nove delas já estão em ensaios clínicos mais adiantados, a chamada fase 3 – na qual milhares de pessoas são testadas.
E ela lembra: “Nenhuma vacina será registrada em lugar nenhum do mundo se não finalizar todos os procedimentos necessários da fase 3”.