Grandes empresas brasileiras se uniram para financiar o estudo de uma vacina contra o novo coronavírus. A UB-612, imunizante que está sendo desenvolvido pela Covaxx, subsidiária norte-americana da United Biomedical Inc (UBI), deve entrar em teste no Brasil em dezembro e será parcialmente custeada pela iniciativa privada.
A Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) é a responsável por unir as companhias interessadas em investir na pesquisa. Até o momento, R$ 30 milhões já foram arrecadados em doações feitas por MRV, Mafra, Localiza Hertz e o Banco Inter. Até o fim do ano, a previsão é que esse montante aumente e mais empresas financiem o estudo.
De acordo com a Fiemg, Minas será um dos estados brasileiros a receber os ensaios experimentais da UB-612. Atualmente, o território mineiro participa do estudo da Coronavac, candidata da biofarmacêutica chinesa Sinovac Biotech à vacina contra o coronavírus. O estudo é conduzido pela UFMG.
Já a UB-612 deve ser acompanhada pelo laboratório Diagnósticos da América (Dasa). “A frente de trabalho para a validação da vacina da Covaxx contará também com a participação do governo de Minas Gerais para a realização dos testes, uso da tecnologia, definição das pessoas voluntárias e uso dos laboratórios, por meio da Fundação Ezequiel Dias (Funed)”, informou a Fiemg.
Com isso, o estado terá prioridade na compra da vacina validada.
Como será o estudo
A Fiemg detalha que as fases 2 e 3 da vacina serão realizadas com, no mínimo, três mil brasileiros para avaliar se a substância provoca resposta imune. Essas etapas também são fundamentais para definir as doses de segurança necessárias e a eficácia da UB-612.
Os cientistas que desenvolvem a candidata a possível vacina esperam que ela gere imunidade mais duradoura e crie anticorpos ao mesmo tempo, “estimulando o organismo a produzir alta reação imunológica”.
Se a vacina for aprovada, o Serviço Social da Indústria (Sesi) poderá contribuir no processo da aplicação da vacina. “O Sesi conta com profissionais de saúde capacitados para realizar a imunização, já reconhecidos por toda a indústria mineira. Além disso, tem uma robusta estrutura física com capacidade de atender todo o estado de Minas Gerais”, destacou a Fiemg.