O governo de Minas Gerais deve publicar, na próxima semana, uma nova normatização para a retomada de cirurgias eletivas no Estado. No início da epidemia, em março, o Executivo recomendou que esses procedimentos fossem adiados ou suspensos, para a priorização do atendimento a casos de Covid-19.
Em coletiva de imprensa realizada nesta sexta-feira (2), o secretário de Estado de Saúde, Carlos Eduardo Amaral, disse que, com a queda na taxa de ocupação de leitos pela doença, a orientação agora, para prestadores de serviços e municípios, é o retorno praticamente integral dos serviços de saúde que tiveram alguma interferência durante a epidemia. A taxa de ocupação total de leitos de UTI no Estado está em 60,9%, e a de leitos de enfermaria, em 61,7%.
“Com aquela possibilidade de termos uma demanda gigantesca de internações por covid e, principalmente, um risco muito alto de desabastecimento, tanto de medicamentos quanto de equipamentos de proteção individual, nós orientamos que fossem suspensas as cirurgias eletivas no Estado. Agora, com uma tendência clara de estabilização, o que estamos fazendo é uma nova normatização para cirurgias eletivas”, afirma Amaral. “O momento agora, em relação à saúde, é de buscarmos ao máximo um retorno à normalidade”, diz.
Segundo ele, a normatização tem sido discutida com o Conselho Regional de Medicina do Estado de Minas Gerais (CRMMG). A expectativa é que a nova deliberação seja aprovada na próxima terça-feira (6) pelo Centro de Operações de Emergência em Saúde (Coes-Minas) e publicada na quinta-feira seguinte (8).
“Nós precisamos recomeçar as cirurgias eletivas, mas também precisamos ter uma garantia de que, caso haja um aumento de casos (de coronavírus) no Estado ou em alguma região, aquelas instituições hospitalares tenham condição de manter o atendimento sem desabastecimento”, diz Amaral. “Essa nova deliberação trará a orientação de que os gestores dos hospitais e das filantrópicas tenham um posicionamento de forma a garantir que não haja um desabastecimento e que não faltem insumos, mesmo com a retomada das cirurgias eletivas”, completa o secretário.
O secretário adjunto de Estado de Saúde, Marcelo Cabral, lembra que as drogas utilizadas no tratamento da Covid-19 também são necessárias, em alguns casos, em cirurgias eletivas. “Nós temos atuado para que a deliberação que venha do comitê extraordinário possa permitir uma retomada segura e sem impacto, levando sempre em consideração que ainda não temos uma vacina, de modo que a pandemia ainda não tem uma cura definitiva”, ressalta.
Campanha de conscientização
A Secretaria de Estado de Saúde criou uma campanha chamada “Sobrevivemos MG”, que vai levar para a população imagens e depoimentos de pessoas que sobreviveram ao coronavírus. Elas vão contar as dificuldades e as angústias do período de internação.
“É um projeto que, para nós, é importante e chama muito a atenção no sentido de que epidemia não passou. As pessoas necessitam ainda continuar se cuidando, naturalmente com adequação ao momento da epidemia, manter o distanciamento, o uso de máscaras e a higiene das mãos”, pontua o secretário Carlos Eduardo Amaral.
Segundo boletim epidemiológico desta sexta-feira, Minas Gerais tem 302.082 casos confirmados de Covid-19 e 7.502 óbitos.