O governo da Campânia, terceira região mais populosa da Itália, vai decretar lockdown nas próximas horas para fazer frente ao avanço da pandemia do novo coronavírus.
Após ter sido relativamente poupada no início da pandemia, a Campânia vem sendo um dos principais focos de disseminação do Sars-CoV-2 desde o fim de setembro e contabilizou 2.280 novos casos nesta sexta-feira (23/10), número recorde e comparável às cifras da Lombardia entre março e abril.
“Procederemos na direção do fechamento de tudo. Pelos dados de contágios que temos, não basta a regra que entra em vigor hoje. Devemos fechar tudo e precisamos decidir hoje, não amanhã. Estamos a um passo da tragédia”, disse o governador Vincenzo de Luca, de centro-esquerda, recentemente reeleito com quase 70% dos votos.
A região já havia fechado escolas para aulas presenciais até 30 de outubro e aprovado um decreto que prevê toque de recolher noturno a partir desta sexta-feira. “Devemos fechar por um mês, 40 dias, e depois veremos, mas sem soluções drásticas não vamos aguentar”, acrescentou De Luca.
De acordo com o governador, as UTIs da Campânia podem ficar saturadas “no arco de poucos dias”. “Hoje estamos conseguindo suportar graças ao sacrifício de milhares de médicos e operadores sanitários”, declarou De Luca, que também cobrou do governo um novo lockdown nacional.
Ao todo, a Campânia soma 34.305 contágios, sendo 63% (21.563) apenas em outubro. Em 18 de maio, quando a Itália saiu do lockdown, a região somava 4.695 casos e 399 óbitos – agora são 551 mortes.
Além da Campânia, outras três regiões da Itália já decretaram toque de recolher noturno: Lombardia e Lazio, as duas mais populosas do país, e Calábria.