Estudos tem indicado que quem tem o tipo sanguíneo O, positivo ou negativo, tem menos chances de contrair o novo coronavírus. Enquanto isso, o tipo A possui mais chances de se infectar. A virologista Jordana Reis, professora do departamento de microbiologia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), destaca o que pode estar por trás desta conclusão.
“Em relação à influência do nosso sorotipo sanguíneo, o que nós temos tido em relação aos relatos da literatura científica é que existe maior frequência de sorotipo A positivo. Isso pode ser explicado pela presencia de açucares, carboidratos nas superfícies das hemácias nos indivíduos deste sorotipo, que não existe no sorotipo O”, diz.
De acordo com ela, “esses carboidratos poderiam auxiliar na adesão do vírus às membranas celulares e facilitando a infecção do nosso organismo”.
Conforme a especialista, independente do tipo sanguíneo, é necessário manter os cuidados para evitar a contaminação, como o uso de máscara, manter distanciamento social, evitar aglomerações e praticar a higienização das mãos com álcool gel ou água e sabão.
“Menor risco não quer dizer risco zero. Precisamos continuar com as medidas de controle. O que se deve ter é cuidado. Preocupação nos leva a erros. Precisamos ter cuidado, precaução. É continuar com os cuidados que já estamos tomando durante a pandemia”, diz.
Jordana Reis explica que, na comparação entre os tipos sanguíneos O e A, a variação está associada à detecção do vírus. “Já o sorotipo AB foi descrito uma maior gravidade em relação a sintomas”, conclui.