Por G1 Minas
Paulo Henrique Pardim de Oliveira, um dos acusados de envolvimento na morte do fisiculturista Allan Guimarães Pontelo, deve ser julgado na manhã desta quinta-feira (26), no Fórum Lafayette, em Belo Horizonte. A previsão é que o julgamento comece às 8h40, no 3º Tribunal do Júri.
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O fisiculturista foi morto aos 25 anos, após ser agredido por seguranças de uma boate, localizada na Região Oeste, em 2017.
Dois seguranças, Carlos Soares e William Leal, foram condenados pelo crime a mais de 16 anos de prisão em agosto. Paulo Henrique deveria ter sido julgado na mesma sessão, mas acabou tendo o processo desmembrado.
De acordo com advogado da família de Allan, Geraldo Magela de Carvalho Lima, o réu era segurança freelancer da boate e se passava por policial civil. Segundo ele, o acusado teria dado guarida aos outros seguranças da boate. Lima espera que Paulo Henrique receba uma pena semelhante à dos réus já condenados.
Segundo a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), ele está preso no Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A defesa de Paulo Henrique nega que ele se passasse por policial. No julgamento, o advogado Ramon dos Santos disse que vai defender a tese de negativa de autoria. Ele sustenta que o cliente não estava presente no momento em que o fisiculturista foi agredido com um mata-leão porque teria saído para avisar ao gerente que os colegas teriam encontrado droga com Allan.
A família do fisiculturista diz que os entorpecentes não eram da vítima.
“Meu menino nunca mexeu com droga, eles que plantaram as drogas para forjar essa estupidez que eles fizeram”, afirmou o pai da vítima, o técnico em eletrônica Dênio Luis Pontelo.
Nesta semana, parentes instalaram dois outdoors na cidade de Contagem. Os painéis são uma forma de a família pedir justiça, cobrar a condenação de todos os envolvidos e ainda demonstrar revolta com o caso.
Segundo o advogado da família, além de Paulo, Carlos e Willian, outros dois acusados respondem pelo crime: Fabiano Leite e Delmir Dutra. Segundo a assessoria do Fórum Lafayette, ainda não há data para que sejam julgados.
O crime
De acordo com a denúncia, o fisiculturista foi abordado pelos seguranças William e Carlos e levado para uma área restrita da boate para que fosse revistado.
Como consta na sentença que decidiu que os réus iriam a júri popular, a promotoria argumenta que, como a vítima teria se recusado a se submeter a revista, com cobertura e apoio dos outros acusados, os seguranças “passaram a espancá-la violentamente, desferindo-lhe empurrões, socos e chutes, imobilizando-a e estrangulando-a até a morte”.