Por G1 Minas
A técnica de enfermagem, Bruna Caroline Coelho dos Reis, já está sentindo dores no abdômen há quatro dias. Nesta terça-feira (1º) ela decidiu buscar atendimento médico pensando que a UPA JK, no bairro Eldorado, em Contagem, estaria mais tranquila. Por volta das 9h40 da manhã, ela foi à unidade. Ao chegar lá, se deparou com muitos pacientes aguardando.
Eram duas salas cheias de pessoas esperando sentadas umas do lado das outras, sem distanciamento social. De acordo com a Bruna, algumas disseram que estavam com sintomas de Covid-19, mas estavam juntas de outros pacientes com sintomas de outras doenças.
Às 10h15, ela passou pela triagem. Perto do meio dia, incomodada com a demora, foi perguntar sobre a previsão de quando seria atendida. Foi informada por funcionários da UPA que, naquele momento, estavam sendo recebidos os pacientes que haviam chegado às 5h da manhã, portanto ela teria que esperar.
Ela esperou. Foi atendida por uma médica às 16h30. Dez minutos depois fez um exame de sangue. O resultado saiu às 18h10 e ela aguardou mais uma vez para ser atendida pela médica, que a recebeu em seguida.
Depois de quase nove horas de espera, ela foi pra casa com uma receita de remédios para aliviar a dor, a solicitação de um ultrassom do abdômen – que deverá ser feito na rede particular – e a certeza de que terá que fazer uma cirurgia para a retirada de pedras da vesículas que estão obstruindo um canal.
Veja a nota na íntegra:
A Prefeitura de Contagem informa que os pacientes são classificados de acordo com o Protocolo de Manchester, que é um dos métodos padrão mais utilizados no mundo, que permite a identificação de prioridade e a definição do tempo alvo recomendado até a avaliação médica caso a caso. A média do atendimento verde (casos menos urgentes) é de 4 h. A escala de profissionais está completa. A UPA JK possui duas portas para atendimento aos pacientes. Uma destinada aos pacientes com sintomas gripais e outra para demais pacientes. A coordenação da UPA faz constantemente o remanejamento dos médicos para as duas “portas”, de acordo com a necessidade. Assim que o paciente chega, ofertada uma máscara cirúrgica para que ele possa permanecer no local com a proteção. Não é possível afirmar que há pacientes com Covid-19 na recepção, pois ele ainda não passou por consulta e exame. Os pacientes que foram atendidos e diagnosticados pela doença recebem o tratamento em ala isolada ou são acompanhados em casa.