Por G1 Minas
Ernelio Rodrigues de Oliveira, de 40 anos, foi condenado a 42 anos e 2 meses de prisão pelos crimes de feminicídio e tentativa de homicídio, em um julgamento realizado nesta quinta (3), no 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte. No dia 2 de março de 2019, Jacilene de Oliveira, de 39 anos, foi morta a facadas no Bairro Paulo VI, na Região Nordeste da capital.
A condenação foi decidida pelo conselho de sentença composto por três mulheres e quatro homens.
O julgamento começou às 9h50. Pela manhã, foram ouvidos a mãe e o irmão da vítima, que sobreviveu após ser esfaqueado na barriga. De acordo com o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), ele contou, durante o julgamento, que foi atingido ao tentar separar a briga, depois de ver a irmã sendo atacada.
Em seguida, foi a vez de o réu contar a versão dele. Segundo o TJMG, Ernelio “declarou que não tinha intenção de matar Jacilene e que se lembra de ter dado somente o primeiro golpe de faca nela”. O laudo de necropsia apontou que a mulher foi morta com 19 facadas.
Ainda segundo o Tribunal de Justiça, o crime aconteceu depois de uma discussão entre o casal. Jacilene teria se queixado de que o marido deixou de ampará-la quando ela sofreu uma queda, enquanto eles caminhavam juntos pela rua, momentos antes. Durante a briga, o autor estava embriagado. Ele também tentou se matar com golpes de faca no pescoço e na barriga, mas foi socorrido.
Mãe e filha presenciaram crime
Na época do crime, a Polícia Militar (PM) informou que a mãe da vítima morava ao lado e ouviu a filha pedir para que o marido não a matasse. Ela tentou ajudá-la, mas, quando chegou, já encontrou Jucilene com ferimentos no peito, no abdômen e na perna. A mãe também foi atingida de forma superficial no ombro. A filha do casal, que tinha três anos de idade, viu toda a briga. Ela foi tirada da casa pela avó.
- Mulher morre esfaqueada pelo marido em Belo Horizonte
Segundo a denúncia feita pelo Ministério Público, ao atingir Jacilene, com quem era casado há quatro anos, “o réu praticou o crime por motivo fútil e de modo cruel, e surpreendeu a vítima com os golpes, o que dificultou sua defesa. Além disso, o delito foi cometido porque se tratava de pessoa do sexo feminino em situação de violência doméstica, o que caracteriza o feminicídio e, ainda, ocorreu na presença da mãe e filha da vítima”.
Em relação à tentativa de homicídio, Marcelo Ananias da Silva, cunhado do réu, também foi surpreendido com o ataque, o que dificultou sua defesa. “O acusado atingiu-o com sucessivas facadas, o que configurou meio cruel, com a intenção de assegurar a execução de outro crime, no caso o assassinato de J.M.S.O”.