A Vale vai investir US$ 495 milhões no Projeto Capanema, localizado entre os municípios de Santa Bárbara, Ouro Preto e Itabirito, na região Central e Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH). Após 21 anos de operação e com a lavra paralisada em 2003, a mina será reativada pela mineradora, que obteve as licenças Prévia, de Instalação e Operação Concomitante (LP+LI+LO), na última sexta-feira (18/12), e prevê iniciar as operações no segundo semestre de 2023.
Os aportes incluem aquisição de novos equipamentos, implantação de transportador de correia de longa distância (TCLD) e adequações no pátio de estocagem e carregamento da mina Timbopeba. Tanto a mina Capanema quanto a Timbopeba integram o Complexo Mariana, o qual é composto também pelas minas de Alegria, Fazendão e Fábrica Nova e pelas jazidas de Conta História e Morro da Mina.
À época de sua operação (1982 a 2003), o minério extraído da mina era transportado por TCLD até a mina de Timbopeba, localizada aproximadamente a 11 km de distância, onde era realizado o beneficiamento do minério, que, por fim, era transportado por ferrovia para atender ao mercado interno e externo.
Em comunicado emitido pela companhia ao mercado, o projeto terá capacidade de 18 milhões de toneladas por ano de produção sem geração de rejeitos e nos primeiros anos trará uma adição líquida para a Vale de 14 milhões de toneladas por ano de capacidade com a expedição por meio do site de Timbopeba. A vida útil estimada é de sete anos.
“O início das obras do Projeto Capanema marca mais um passo importante na criação de buffers de capacidade produtiva, garantindo maior flexibilidade operacional e com baixa intensidade de capital”, disse a companhia no documento.
As licenças foram concedidas pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e têm validade de dez anos. Conforme detalhamento da Pasta incluem: a reativação da cava a céu aberto; trabalhos na pilha principal e retomada do material da pilha WH; disposição do estéril em cava; reativação ou reconstrução de estruturas; reativação das instalações de britagem do minério; e a implantação de sistemas de controle ambiental.
Em relação ao sistema de drenagem, foi desenvolvido um projeto de gestão de sedimentos, com o desaguamento ocorrendo na barragem principal. O sistema de drenagem foi previsto ano a ano, considerando o sequenciamento de lavra da pilha para instalação dos sumps.
O projeto contará ainda com três correias transportadoras, que estarão interligadas entre si, fazendo com que o minério percorra o caminho desde a britagem primária em Capanema até Timbopeba. O TCLD será composto por seis correias de longa distância.
Além disso, serão criados sistemas de controle ambiental da geração de efluentes, resíduos, emissões atmosféricas e sedimentos.
Cronograma – A implantação do empreendimento está prevista para ocorrer em 28 meses, sendo que a construção da usina de cominuição (fragmentação) em Capanema e do TCLD têm uma estimativa de execução de 25 meses e também paralelamente, será realizada a obra de implantação de parte do sistema de drenagem da PDE Noroeste, com duração prevista de seis meses. Ainda durante a implantação do empreendimento será realizado o comissionamento da mina de Capanema.
A geração de empregos chegará a 986 trabalhadores no pico das obras e a estimativa é de que sejam mobilizados 559 funcionários, sendo 453 próprios da Vale e 106 terceirizados, quando iniciarem as operações.