O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou nesta terça-feira (22) que uma violação generalizada de dados governamentais – supostamente apoiado pelo governo russo, de acordo com especialistas federais e privados – representa um “grave risco” para a segurança nacional que não pode “ficar sem resposta” depois que ele assumir o governo no dia 20 de janeiro.
- ENTENDA o caso
Os ataques de larga escala revelados na semana passada afetaram pelo menos meia dúzia de agências governamentais dos Estados Unidos e deixaram milhares de empresas norte-americanas expostas.
Em uma entrevista coletiva, Biden culpou o presidente Donald Trump por retirar as defesas norte-americanas contra ataques cibernéticos, afirmando: “Esse ataque ocorreu sob a vigilância de Donald Trump, quando ele não estava acompanhando.”
Joe Biden disse ainda que não vê evidências de o ataque cibernético foi controlado e que seu governo tomará medidas significativas para responder à violação.
“É um grave risco e continua. Eu não vejo evidências de que esteja sob controle. Não vejo nada. Não ouvi nada. O Departamento de Defesa não nos informa sobre muitas coisas. Então não sei de nada que sugira que está controlado”, disse Biden a jornalistas em Wilmington, no Delaware.
Os ataques foram a empresa de tecnologia de redes, a SolarWinds, e também a especialista em segurança FireEye, que reportou que a ação empregou técnicas “nunca antes vistas”.
O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, disse que o ataque parece ter sido conduzido pelo governo russo. O Kremlin nega ter tido qualquer papel no ataque.
‘Além de sanções’
O próximo chefe de gabinete da Casa Branca, Ron Klain, afirmou no domingo (20) que a resposta do governo Biden poderá ir “além de sanções”. Klain disse que Biden estava mapeando maneiras de reagir aos supostos hackers russos.
As opções sendo consideradas pelo governo Biden para punir a Rússia por seu suposto papel incluem punições financeiras e ataques retaliatórios à infraestrutura da Rússia, afirmaram pessoas com conhecimento do assunto à Reuters.
“Não são apenas sanções. São passos e coisas que podemos fazer para degradar a capacidade de agentes estrangeiros de realizar esse tipo de ataque”, disse Klain ao programa “Face the Nation”, da emissora CBS.