Ano novo, vida nova. 2020 ficou para trás e, o primeiro dia útil de 2021 marca o início de uma nova gestão no Atlético. Sérgio Coelho, como presidente, e José Murilo Procópio, como vice, comandam o Galo até 2023. A dupla foi eleita em dezembro, sem muitos problemas, em uma eleição de chapa única.
A cerimônia de posse, que será fechada por conta da pandemia do coronavírus, acontece a partir das 17h, no auditório da sede de Lourdes, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
Coelho e Procópio têm apoio de grupos importantes, como o dos quatro Rs, os “homens do dinheiro”. Além disso, defendem uma reformulação nas categorias de base, a renovação com Sampaoli e ainda não garantiram a permanência de todos diretores do clube.
O novo presidente do Atlético já faz parte do dia a dia do Galo há 20 anos. O empresário foi vice-presidente de futebol da gestão de Ricardo Guimarães (2001-2006) e também fez parte da gestão de Paulo Cury (1998) e Nélio Brant (1998-2001). Segundo Sérgio Coelho, a gestão dele será baseada em quatro pilares: sanear as finanças, investir nas categorias de base, formar e manter elencos fortes e competitivos e, por fim, inaugurar a Arena MRV, dentro do prazo previsto.
Reforma no estatuto
Coelho acredita que o presidente do Atlético precisa ter menos poder de no Galo Para o novo presidente, uma reforma do estatuto do clube deve retirar parte desse poder. Dessa forma, o presidente tomaria decisões, mas ele é a favor de que exista comissões ou um órgão em que o gestor deve consultar antes. Seria uma forma de dividir as responsabilidades.
O estatuto do Atlético é de 2008. Segundo Coelho, o regulamento é bom, mas deve ser atualizado, já que foi feito há muitos anos. Uma comissão do conselho já trabalha na reformulação e um dos integrantes da equipe é José Murilo Procópio, vice de Sérgio Coelho.
Investimentos
Figuras importantíssimas no Galo, os empresários pertencentes ao grupo dos 4Rs, Rubens Menin, Ricardo Guimarães, Renato Salvador e Rafael Menin, serão fundamentais no mandato de Coelho.
“Não posso deixar de contar com o apoio financeiro do grupo dos 4Rs. Tenho um eterno agradecimento a eles que, além de serem parceiros financeiros fundamentais, têm contribuído de forma determinante para profissionalização e adoção das melhores práticas de governança. Isso garantirá ao clube um futuro ainda mais promissor”, destacou Coelho.
Os responsáveis pelas finanças serão Rafael Menin e Ricardo Guimarães, que terão suporte de Rubens Menin para definir e fazer o Atlético funcionar como uma empresa. Os três têm experiência como empresários, principalmente os dois primeiros, no setor financeiro com os bancos Inter e BMG, respectivamente.
O homem do futebol será Renato Salvador, engenheiro e membro da família fundadora do hospital Mater Dei. Por ser de confiança de Sérgio Coelho, Salvador foi o escolhido para ser um gestor do futebol, um cargo acima do de diretor de futebol, ocupado por Alexandre Mattos, atualmente.
Cargos de diretoria
O futuro de Alexandre Mattos no Galo também não é certo. Na primeira entrevista coletiva do presidente, após a eleição, quando perguntado sobre a permanência dos diretores no clube, Coelho disse que tudo será avaliado.
“Quanto ao Alexandre Mattos, e demais diretores do Atlético e pessoas que exercem cargos de chefia, estamos avaliando um por um e conversando. Esses profissionais serão escolhidos e firmados ou não depois da minha posse”, disse o presidente.
Uma outra novidade no mandato será a presença do engenheiro Pedro Tavares. O novo assessor do clube será o braço direito de Sérgio Coelho e cuidará de questões administrativas e demandas ligadas ao relacionamento com torcedores, conselheiros e com o mercado do futebol de maneira geral.
Um de seus papéis será estreitar a relação da nova diretoria com os conselheiros. “Tenho experiência com o conselho, com os clubes de lazer, entrada no CT. A função é de um braço direito (de Sérgio Coelho) para qualquer tipo de coisa, manter um diálogo com os conselheiros, ficar mais próximo deles”, afirmou Tavares.
Contratações e renovações
De forma modesta, Sérgio Coelho se posicionou também em relação às possíveis contratações para reforçar o elenco na temporada. Coelho disse que a equipe de Sampaoli precisa de um lateral-esquerdo, time só conta com Guilherme Arana, e um volante, posição que só tem hoje Allan, já que Jair está lesionado.
Para a vaga na lateral-esquerda, o ex-Cruzeiro Dodô seria uma opção. Sérgio Coelho elogiou o jogador, mas afirmou que o clube ainda não fez nenhum tipo de contato com o atleta.
Sérgio Coelho também já deixou claro em diversas entrevistas que tem interesse em renovar o contrato do técnico Jorge Sampaoli. Para Coelho, o treinador, que tem contrato com o Galo até dezembro de 2021, é um dos melhores da atualidade e vem desempenhando um bom trabalho no Atlético.
O goleiro Victor e o atacante Diego Tardelli tiveram seus contratos renovados em 2020 para até o fim do Campeonato Brasileiro, que acaba em fevereiro. Sérgio Coelho afirmou ter interesse em renovar o contrato desses jogadores por mais tempo, por serem grandes ídolos da massa atleticana, mas que só será decidido depois de uma reunião com a comissão técnica.
Tardelli ainda não se recuperou de uma lesão no tornozelo, em julho de 2020. Já Victor, se lesionou em 2019 e não recuperou mais a titularidade na equipe.
Categorias de base
Uma das vontades de Sérgio Coelho para o triênio é melhorar as categorias de base do Atlético. Além de separar o comando administrativo da direção esportiva, Coelho pretende mexer na maneira em que os atletas chegam ao clube, para ter um melhor aproveitamento do jogador.
“Quero reunir com todas as pessoas que trabalham no clube e buscar consultoria externa para fazer um planejamento de como fazer captação da melhor maneira possível de atletas bem novinhos. Hoje, os atletas chegam no clube com 16, 17 anos e, no meu entendimento, acredito que devam chegar com sete, oito anos. Essa é a minha vontade. E vamos fazer um debate para transformar a base do Atlético a melhor do Brasil”, pontuou o novo presidente.
Galo sob nova direção: Sérgio Coelho toma posse e o que esperar da nova gestão
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