Com a eleição dos dois senadores democratas na Geórgia, o governo de Joe Biden, que toma posse no dia 20, controlará tanto o Senado quanto a Câmara.
Não serão maiorias confortáveis: por um voto, o da vice Kamala Harris, no Senado, e 11 votos na Câmara. Mas ainda assim darão mais liberdade a Biden para governar.
A começar pela própria formação do gabinete. Todos os secretários (equivalentes a ministros) e diretores de agências precisam ser aprovados pelo Senado.
Com o ambiente tóxico da política americana atualmente, Biden teria dificuldades de escolher os nomes de sua preferência se os republicanos controlassem a Casa.
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Biden já declarou que precisa aprovar novos pacotes de ajuda para as famílias e empresas mais afetadas pela pandemia.
O pacote de US$ 900 bilhões aprovado recentemente, que prevê um cheque de US$ 600 para pessoas com renda de até US$ 75 mil ao ano, e US$ 300 por semana para desempregados, não foi mais generoso por resistência dos republicanos, que são fiscalmente conservadores.
Biden pretende também investir US$ 2 trilhões em obras, para movimentar a economia, gerar empregos e melhorar a infra-estrutura do país.
Quer aumentar os impostos para pessoas e empresas com renda acima de US$ 400 mil ao ano. Lançar um ambicioso e também trilionário programa de conversão para fontes renováveis de energia.
Restabelecer e aprimorar o Obamacare, a regulação dos convênios de saúde, desmontada pelo governo de Donald Trump. Tudo isso requer aprovação no Congresso e enfrenta forte resistência dos republicanos.
A maioria nas duas Casas não tornará a vida de Biden fácil. Ao contrário de todos os seus antecessores, pela tradição bipartidária dos EUA, ele terá não uma, mas duas oposições. Além dos republicanos, os trumpistas, que agora formam um grupo à parte.