O apoio do presidente Jair Bolsonaro ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, reafirmado nesta sexta-feira (07), colocou dificuldade nas pré-candidaturas de Eduardo Gomes e Fernando Bezerra, que disputam a preferência dentro do MDB para o comando do Senado.
Emedebistas ouvidos pela CNN defendem que não existe líder de governo sem apoio do governo. E na falta de uma postura mais isenta do Planalto, para reduzir constrangimentos na bancada, caberia a Gomes e Bezerra retirarem a candidatura ou deixarem a liderança de governo – o que não foi manifestado por nenhum dos dois até aqui.
Embora o Planalto não tenha formalizado apoio, além da amizade com Alcolumbre, a candidatura de Rodrigo Pacheco (DEM) conta com o apoio de Flávio Bolsonaro, filho do presidente.
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O MDB vai decidir até quarta ou quinta-feira quem será o seu candidato. “Não haverá duas candidaturas. Nós teremos um candidato ou uma candidata”, afirmou veementemente à CNN o líder do MDB no Senado, Eduardo Braga, que também é um dos cotados.
Além de Braga, e dos pré-candidatos que são líderes de governo, corre também na disputa a senadora Simone Tebet. Ainda que não admitam pretensão, Renan Calheiros, que já presidiu o Senado três vezes, e Márcio Bittar, relator do Renda Cidadã, também integram a lista de possíveis candidatos.
Em 2019, Alcolumbre venceu Renan Calheiros, entre muitos motivos, por causa do racha no MDB. Em conversas reservadas, alguns emedebistas chegam a afirmar que teria sido mais fácil apoiar a reeleição de Alcolumbre do que partir para uma nova disputa interna. Isso só não foi possível porque o Supremo Tribunal Federal barrou a reeleição.
Contando com o apoio de integrantes do PSDB, Podemos, PSL, Cidadania, o partido acredita que já soma pelo menos 37 votos, o que ainda é insuficiente para vencer.
Candidato do governo
Ao mesmo tempo que o MDB prega independência, usa do artifício de rotular Pacheco de “candidato do governo” na tentativa de atrair votos da oposição.
Pacheco vem mantendo diálogos simpáticos com senadores do PT, o que é visto com cautela pelo Planalto. O diagnóstico é de que a proximidade, na busca por votos, não pode interferir na pauta de interesse do governo no Senado.
Entre petistas, a postura do senador, quando ainda era deputado, na condução de investigações contra o ex-presidente Michel Temer, é bem lembrada. Na época, Pacheco era do MDB e, mesmo assim, tocou o início do processo de Temer.